
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos descobriram um vasto filamento de gás quente conectando quatro aglomerados de galáxias, estendendo-se por 23 milhões de anos-luz e apresentando uma massa dez vezes maior que a da Via Láctea. Este filamento estrutura uma parte significativa da “matéria faltante” do universo, um enigma que desafia os cientistas há décadas.
Detalhes da missão
A nova observação foi realizada utilizando os telescópios espaciais XMM-Newton e Suzaku, que, juntos, forneceram dados cruciais para a caracterização do filamento ligado aos aglomerados na Supercúmulo de Shapley, um dos maiores agrupamentos cósmicos conhecidos, com mais de 8.000 galáxias.
Tecnologia e objetivos
O estudo fez uso da tecnologia de coleta de luz em raios-X, permitindo a identificação de características do filamento. A equipe de astrônomos conseguiu, pela primeira vez, mapear a temperatura do filamento, que alcança impressionantes 10 milhões de graus Celsius, cerca de 1.800 vezes mais quente que a superfície do Sol. “Graças ao XMM-Newton, conseguimos identificar e eliminar contaminantes cósmicos, garantindo que analisássemos apenas o gás do filamento e nada mais,” disse Florian Pacaud, pesquisador da Universidade de Bonn.
“Parece que as simulações estavam corretas o tempo todo.”
(“It seems that the simulations were right all along.”)— Konstantinos Migkas, Líder da equipe, Observatório de Leiden
Próximos passos
Com a descoberta deste filamento de matéria quente, os cientistas pretendem aprofundar a investigação sobre a estrutura e a evolução do universo. Isso pode fornecer insights adicionais sobre a “teia cósmica”, a rede de filamentos que ajudou a formar galáxias ao longo dos bilhões de anos. Norbert Schartel, cientista do projeto XMM-Newton, destacou a importância da colaboração entre telescópios para detectar a luz proveniente de filamentos tênues, o que estabelece um novo padrão para a pesquisa na área.
A descoberta da “matéria faltante” tem o potencial de transformar nossa compreensão da estrutura do cosmos, validando décadas de modelos de simulação e abrindo novas vias para a exploração do universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)