Astrônomos detectam jato de buraco negro tão brilhante quanto 10 trilhões de sóis

São Paulo — InkDesign News — Astrônomos descobriram potentes jatos de raios-X emanando de dois buracos negros supermassivos, que são tão antigos que os jatos brilham com o resplendor do Big Bang. Esta descoberta marca um avanço significativo na nossa compreensão das interações entre buracos negros e a formação de galáxias.
Detalhes da missão
Usando dados do Observatório de Raios-X Chandra da NASA e do Karl G. Jansky Very Large Array (VLA), a equipe liderada por Jaya Maithil, pesquisadora pós-doutoral no Harvard and Smithsonian Center for Astrophysics, detectou cada jato, que se estende por impressionantes 300.000 anos-luz. Essas estruturas estão localizadas a aproximadamente 11,6 bilhões e 11,7 bilhões de anos-luz da Terra e foram observadas em um período em que o universo tinha apenas 3 bilhões de anos, quando galáxias e seus buracos negros centrais estavam em intensa fase de crescimento.
Tecnologia e objetivos
Os jatos foram identificados através de complexas interações com a radiação do fundo cósmico de micro-ondas (CMB), uma radiação residual do Big Bang. Os jatos brilham em raios-X devido à colisão de elétrons que se movem quase à velocidade da luz com fótons de baixa energia da CMB. Esse fenômeno permite que os jatos permaneçam visíveis através de vastos trechos do cosmos, apesar da proximidade de seus núcleos brilhantes. Maithil observou que “essas quasars são como cápsulas do tempo cósmico” e enfatizou a importância de compreender a influência dos buracos negros no crescimento das galáxias que os acolhem.
“Se conseguirmos entender esses jatos, poderemos compreender como eles impactam o crescimento de suas galáxias e o ambiente em que residem.”
(“If we understand them, we can understand how they were impacting the growth of their galaxy and the environment in which they resided.”)— Jaya Maithil, Pesquisadora Pós-Doutoral, Harvard and Smithsonian Center for Astrophysics
Próximos passos
Os planos futuros incluem a continuidade da análise de dados de raios-X e de rádio para aprofundar a compreensão dos buracos negros e de suas interações. A equipe da pesquisa está colaborando com outras instituições para expandir a coleta de dados sobre esses fenômenos celestes em diferentes comprimentos de onda, permitindo um mapeamento mais detalhado dos jatos e suas consequências. Maithil comentou que “estamos descobrindo que alguns buracos negros podem ter um impacto maior nesta fase do universo do que pensávamos”.
No contexto da exploração espacial, estas descobertas não apenas ampliam nosso conhecimento sobre buracos negros, mas também contribuem para a compreensão da evolução das galáxias no universo primitivo, ajudando a construir um quadro mais claro da história cósmica.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)