
Paris — InkDesign News — Um asteroide de pequenas proporções passou a uma distância inferior à da maioria dos satélites na semana passada, sendo detectado por astrônomos apenas algumas horas após a aproximação. O objeto, designado 2025 TF, cruzou o céu sobre a Antártida na noite de 30 de setembro, chegando a apenas 428 quilômetros acima da superfície terrestre, de acordo com dados da Agência Espacial Europeia (ESA).
O Contexto da Pesquisa
No cenário atual de monitoramento de asteroides, agências espaciais como a NASA e a ESA acompanham milhares de objetos próximos à Terra, avaliando constantemente riscos de colisão. Para que um asteroide seja classificado como “potencialmente perigoso”, é necessário possuir ao menos 140 metros de diâmetro e preencher critérios orbitais específicos. O 2025 TF, entretanto, possui dimensões estimadas entre 1 e 3 metros — bem abaixo do limite considerado preocupante, explicando em parte sua detecção tardia.
A descoberta reforça a importância de estratégias globais para vigilância de pequenos corpos celestes
(“The discovery underscores the importance of global strategies for monitoring small celestial bodies”)— Richard Moissl, Chefe do Escritório de Defesa Planetária, ESA
Resultados e Metodologia
O asteroide foi captado às 20h47 (horário de Brasília) na terça-feira, 30 de setembro (1º de outubro, 00h47 GMT), realizando seu sobrevoo a uma altitude semelhante à da Estação Espacial Internacional. Segundo a ESA, o objeto, de tamanho comparável a uma girafa, não representava ameaça significativa ao planeta, pois provavelmente se desintegraria na atmosfera, gerando apenas um brilhante bólido.
A detecção ocorreu algumas horas mais tarde por meio do Catalina Sky Survey, programa financiado pela NASA para rastreamento de objetos próximos à Terra. Subsequentemente, astrônomos do Escritório de Defesa Planetária da ESA complementaram os dados iniciais. Devido ao seu pequeno porte, o 2025 TF só foi identificado após ter passado pela Terra.
Mesmo corpos pequenos a altitudes orbitais podem causar danos consideráveis a satélites e coletar dados cruciais para a defesa planetária
(“Even small bodies at orbital altitudes can cause considerable damage to satellites and collect crucial data for planetary defense”)— Richard Moissl, Chefe do Escritório de Defesa Planetária, ESA
Implicações e Próximos Passos
Apesar de não ter oferecido risco real de impacto, o episódio ressalta a vulnerabilidade das infraestruturas espaciais e a necessidade de aprimorar sistemas de alerta precoce para objetos de pequeno porte. O asteroide 2025 TF não deverá se aproximar novamente de nosso planeta até abril de 2087, segundo cálculos da NASA. A pausa nas comunicações públicas da NASA, em decorrência do shutdown do governo dos EUA, limitou informações complementares sobre o caso, mas registros foram atualizados pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da agência.
Especialistas seguem atentos, salientando que o monitoramento automatizado e global é fundamental para identificar rapidamente objetos desse porte, cuja trajetória pode escapar das redes tradicionais de vigilância.
Com a crescente quantidade de satélites em órbita e avanços tecnológicos, a detecção de asteroides menores permanecerá como um dos grandes desafios para a segurança espacial nos próximos anos, estimulando o desenvolvimento de sensores mais sensíveis e parcerias internacionais para proteção coletiva.
Fonte: (Live Science – Ciência)