
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizaram explosões enigmáticas de energia, conhecidas como raios rápidos de rádio (FRBs), para identificar pela primeira vez a matéria “normal” do universo que estava em falta. Essa descoberta ocorreu recentemente e representa um marco significativo em cosmologia.
Detalhes da missão
O estudo, publicado na revista Nature Astronomy em 16 de junho, utilizou 69 FRBs de fontes localizadas a distâncias que variam de 11,7 milhões a aproximadamente 9,1 bilhões de anos-luz. O FRB mais distante, FRB 20230521B, foi identificado como a fonte de FRB mais longa já registrada. Em sua análise, os astrônomos determinaram que cerca de 76% da matéria normal do universo reside no espaço entre as galáxias, com 15% permanecendo em halos difusos ao redor destas, e o restante concentrado dentro das galáxias.
Tecnologia e objetivos
Os pesquisadores liderados por Liam Connor, do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian, empregaram tecnologias avançadas para rastrear e estudar os FRBs. Ao medir como a luz dos FRBs retarda ao passar por meio do meio intergaláctico, a equipe pôde “pesar” a matéria envolvida, mesmo quando invisível. “A luz dos FRBs brilha através do nevoeiro do meio intergaláctico; ao medir com precisão como a luz desacelera, podemos calcular essa ‘neblina’, mesmo quando é muito tênue para ser vista”, apontou Connor.
“É como se estivéssemos vendo a sombra de todos os baryons, com os FRBs como o fundo iluminado.”
(“It’s like we’re seeing the shadow of all the baryons, with FRBs as the backlight.”)— Vikram Ravi, Professor Assistente, Caltech
Próximos passos
As futuras investigações podem ser ampliadas com o projeto planejado do telescópio radiofônico DSA-2000, que será construído no deserto de Nevada e tem potencial para detectar e localizar até 10.000 FRBs anualmente. Isso promete não apenas aumentar a compreensão sobre esses potentes pulsos de ondas de rádio, mas também aprimorar a exploração da matéria baryônica no universo.
A relevância das descobertas atuais reside na capacidade de elucidar a estrutura e a formação das galáxias, com a possibilidade de que esses estudos venham a transformar as abordagens atuais em cosmologia.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)