
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos descobriram um planeta gigante que pode ter até dez vezes a massa de Júpiter, emergindo da névoa estelar em torno da estrela jovem MP Mus, situada a cerca de 280 anos-luz da Terra.
Detalhes da missão
A MP Mus, com aproximadamente 13 milhões de anos, foi estudada por meio de observações anteriores que não conseguiram identificar características em seu disco protoplanetário, uma vasta nuvem de gás e poeira onde os planetas se formam. Observações recentes utilizando dados combinados do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) revelaram evidências de um gigante gasoso oculto neste disco. Segundo os pesquisadores, a detecção representa a primeira vez que o Gaia observou um exoplaneta em um disco protoplanetário.
Tecnologia e objetivos
O uso do ALMA com comprimentos de onda mais longos permitiu aos cientistas investigar mais profundamente o disco, descobrindo uma cavidade próxima à estrela e duas “falhas” mais distantes, significando a possível presença de um planeta. “Nosso trabalho de modelagem mostrou que, se você colocar um planeta gigante dentro da nova cavidade, você também pode explicar o sinal da Gaia”, disse Álvaro Ribas, líder da equipe de pesquisa. O planeta está estimado para orbitar MP Mus a uma distância entre uma e três vezes a distância entre a Terra e o Sol.
Próximos passos
Os planos futuros incluem investigações adicionais utilizando o ALMA e telescópios em desenvolvimento, que podem trazer novas descobertas sobre populações de exoplanetas jovens. “Acreditamos que esta pode ser uma das razões pelas quais é difícil detectar planetas jovens em discos protoplanetários, porque neste caso, precisávamos dos dados do ALMA e da Gaia juntos”, enfatizou Ribas. Isso poderá não apenas ampliar o entendimento sobre a formação de exoplanetas, mas também oferecer novas perspectivas sobre a formação do nosso Sistema Solar, que ocorreu há cerca de 4,5 bilhões de anos.
“Em um disco dessa idade, esperaríamos ver algumas evidências de formação planetária.”
(“In a disc of that age, we would expect to see some evidence of planet formation.”)— Álvaro Ribas, Líder da Equipe, Cambridge’s Institute of Astronomy
“Eu revisava meus cálculos quando vi Álvaro apresentar resultados preliminares de uma nova cavidade no disco, o que significava que a oscilação que estava detectando era real e tinha uma boa chance de ser causada por um planeta em formação.”
(“I was revising my calculations when I saw Álvaro give a talk presenting preliminary results of a newly-discovered inner cavity in the disc, which meant the wobbling I was detecting was real and had a good chance of being caused by a forming planet.”)— Miguel Vioque, Pesquisador, European Southern Observatory
Essa nova descoberta representa um significativo avanço no campo da astronomia, ampliando o entendimento sobre a formação de planetas e suas dinâmicas em torno de estrelas jovens.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)