
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos descobriram um buraco negro de massa intermediária vagando em uma galáxia anã chamada MaNGA 12772-12704, localizada a aproximadamente 230 milhões de anos-luz da Terra. A pesquisa revela que esse buraco negro, com 300.000 vezes a massa do Sol, está emitindo jatos enquanto se desloca a cerca de 3.260 anos-luz do centro de sua galáxia.
Detalhes da missão
O estudo, realizado por uma equipe de astrônomos do Observatório Astronômico de Xangai e publicado em 4 de setembro na revista Science Bulletin, usou dados do levantamento MaNGA para investigar a galáxia anã, que demonstrou atividade de núcleo galáctico ativo (AGN). Os pesquisadores analisaram dados arquivados de 1993 a 2023, observando que a emissão de rádio variava em intensidade ao longo de décadas, sugerindo a presença de um buraco negro em crescimento.
Tecnologia e objetivos
A equipe utilizou o Very Long Baseline Array (VLBA) para detectar temperaturas acima de 1,8 bilhões de graus Fahrenheit (1 bilhão de graus Celsius) e um jato que se estende por 7,2 anos-luz, características comumente associadas a buracos negros supermassivos no núcleo de galáxias. Liu Yuanqi, membro da equipe, destacou a singularidade da descoberta: “Este é um farol cósmico iluminado por um buraco negro errante”
(“This is like a cosmic lighthouse lit by a wandering black hole”)— Liu Yuanqi, Astrônomo, Observatório Astronômico de Xangai.
Próximos passos
Os cientistas pretendem continuar a investigar buracos negros de massa intermediária, que têm sido notoriamente difíceis de detectar, mas que são essenciais para entender a evolução dos buracos negros supermassivos. O líder da equipe, An Tao, comentou sobre a relevância das descobertas, afirmando que “esse achado nos leva a repensar a co-evolução buracos negros-galáxias”
(“This discovery prompts us to rethink black hole–galaxy co-evolution”)— An Tao, Líder da Equipe, Observatório Astronômico de Xangai.
A pesquisa oferece novas direções para compreender como os buracos negros podem influenciar suas galáxias anfitriãs, sugerindo que eles não são apenas motores centrais, mas podem remodelar lentamente suas galáxias a partir da periferia, contribuindo para o conhecimento humano sobre a formação e evolução do cosmos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)