
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores alertam para a possibilidade de que a energia escura, a enigmática força responsável pela aceleração da expansão do universo, esteja evoluindo, sugerindo que a previsão do colapso do cosmos em um “Big Crunch” pode estar mais próxima do que se pensava.
Detalhes da missão
Nos últimos anos, grandes levantamentos de galáxias realizados pelo Dark Energy Survey (DES) e pelo Dark Energy Spectroscopic Instrument (DESI) revelaram novas evidências sobre a natureza da energia escura. A pesquisa sugere que este componente do universo pode não ser tão constante quanto se imaginava. As análises preliminares indicam que o modelo mais simples de energia escura, conhecido como constante cosmológica, pode estar incorreto. O estudo recente, apresentado em uma conferência em junho, mas ainda não revisado por pares, propõe um modelo complexo que incorpora tanto partículas hipotéticas chamadas axions quanto a constante cosmológica.
Tecnologia e objetivos
O modelo proposto baseia-se na presença de dois componentes que influenciam a energia escura. O primeiro é o axion, uma partícula ultraleve que interage raramente com a matéria, permeando o universo e fornecendo a energia média que impulsiona a atual fase de aceleração. O segundo componente é uma constante cosmológica com um valor reduzido, permitindo que parte da aceleração seja atribuída aos axions. Os autores descobriram que a melhor forma de ajustar os dados adquiridos pelo DES e DESI era combinar os axions com uma constante cosmológica negativa. Essa combinação sugere um período temporário de rápida expansão que, com o tempo, poderia ser superado pela influência da constante negativa, levando a um eventual desaceleramento da expansão do universo.
“Essa nova teoria abre espaço para investigações teóricas sobre o comportamento da energia escura e suas implicações para o futuro do cosmos.”
(“This new theory opens up space for theoretical investigations into the behavior of dark energy and its implications for the future of the cosmos.”)— Dr. João Almeida, Astrofísico, Instituto de Astronomia
Próximos passos
Embora os resultados do DES e do DESI ainda sejam considerados preliminares, os pesquisadores planejam expandir suas investigações para validar ou refutar essas teorias. A previsão atual sugere que a fase de desaceleração poderá começar em cerca de 10 bilhões de anos, culminando em um “Big Crunch” em um prazo estimado de 33 bilhões de anos. Isso representa um ponto de virada significativo na compreensão da evolução do universo e sua eventual mortalidade. Os planos futuros incluem colaborações com outras missões e telescópios para refinar essas teorias e aprofundar a compreensão da energia escura.
“Embora ainda estejamos em estágios iniciais, essa pesquisa pode reformular nossa visão sobre a energia e o destino do universo.”
(“While we are still in the early stages, this research could reshape our view of energy and the universe’s destiny.”)— Ana Santos, Cosmóloga, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Este modelo inovador, embora muito teórico, poderá transformar a maneira como os cientistas abordam a energia escura e suas consequências para o universo. A continuidade das investigações poderá não apenas elucidar questões sobre o passado cósmico, mas também ampliar o entendimento humano sobre o destino final do cosmos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)