
Ann Arbor, Universidade de Michigan — InkDesign News — Cientistas continuam debatendo qual a real ordem de formação dos planetas do Sistema Solar, um enigma que desafia técnicas datacionais e rivaliza em complexidade com qualquer questão astronômica contemporânea, conforme pesquisa recente envolvendo astrônomos de instituições como a Universidade de Michigan e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
O Contexto da Pesquisa
O nascimento do Sistema Solar remonta a cerca de 4,6 bilhões de anos, quando uma nuvem interestelar colapsou, dando origem ao Sol e, posteriormente, aos planetas. Pesquisadores tentam estabelecer qual planeta surgiu primeiro, analisando desde rochas lunares a amostras marciais. Contudo, não existe ainda um consenso. Os modelos predominantes divergem: enquanto a teoria da acreção sugere a prioridade dos gigantes gasosos como Júpiter, alternativas como o modelo de instabilidade de fluxo questionam essa sequência. O desafio está tanto na reconstrução das etapas de formação quanto na própria definição do que constitui a “idade” de um planeta.
Resultados e Metodologia
A explicação mais aceita sobre a gênese planetária baseia-se no processo de acreção, no qual partículas de gás e poeira colidem e se agregam, formando corpos cada vez maiores. “It’s complex — there are no easy answers to measuring time in outer space,” (“É complexo — não há respostas fáceis para medir o tempo no espaço sideral,”) — Michael Meyer, Presidente do Departamento de Astronomia, Universidade de Michigan. Segundo a NASA, é provável que os grandes planetas gasosos, como Júpiter, tenham se formado primeiro, já que demandam disponibilidade de gás abundante, logo nas fases iniciais do Sistema Solar. No entanto, o modelo de instabilidade de fluxo aponta a possibilidade dos planetas rochosos — Terra, Vênus, Marte, Mercúrio — terem precedido os gigantes, com a formação dos gasosos cessando conforme o gás primordial se esgotava.
A determinação da idade planetária pode variar conforme o critério adotado: origem do corpo celeste ou idade da superfície atual, alterada por processos como tectônica de placas ou bombardeios de meteoros. “The way I think about ages is more the age of the surface, because surfaces can be really old, like a preserved surface, or surfaces can be really young if stuff is still happening,” (“Eu penso na idade mais como a idade da superfície, porque superfícies podem ser muito antigas, como uma superfície preservada, ou muito jovens se ainda houver atividade”) — Gaia Stucky de Quay, Cientista Planetária, MIT. Por esse método, a Terra é considerada o planeta de superfície mais jovem do Sistema Solar.
Implicações e Próximos Passos
Ainda não há métodos capazes de datar com precisão absoluta cada planeta; até pequenas margens de erro significam milhões de anos em escala astronômica. Pesquisadores ressaltam que maior acurácia depende da obtenção de novas amostras. “If we ever want to try to get this full picture of how and when planets form, I think samples are a crucial part of that,” (“Se quisermos traçar esse panorama completo sobre como e quando planetas se formam, acho que as amostras são parte crucial disso”) — Cauê Borlina, Professor Assistente de Ciência Planetária, Universidade Purdue. O retorno de amostras marcianas é visto como fundamental para refinar conclusões e avançar o debate.
O futuro das investigações inclui aperfeiçoar técnicas de datação, missões robóticas para coleta de material e colaboração internacional para análise de dados. Cada avanço pode modificar profundamente o entendimento não apenas acerca do Sistema Solar, mas sobre sistemas planetários em geral.
Fonte: (Live Science – Ciência)