Santiago — InkDesign News — Uma equipe internacional de astrônomos desvendou, por meio de estudo publicado em setembro de 2025, o comportamento extremo do sistema estelar V Sagittae, localizado a cerca de 10.000 anos-luz da Terra. Utilizando o observatório chileno Very Large Telescope, pesquisadores identificaram que uma anã branca está devorando rapidamente sua estrela companheira, fenômeno sem precedentes observado pela ciência.
O Contexto da Pesquisa
O sistema binário V Sagittae desafia astrônomos desde sua descoberta em 1902, destacando-se como o mais luminoso de sua classe. Estudos anteriores já apontavam uma relação incomum entre a anã branca e sua companheira de maior massa, mas faltava a confirmação do mecanismo responsável por tamanha luminosidade e instabilidade. A equipe, composta por cientistas da Universidade de Southampton, Universidade de Turku e do Instituto de Astrofísica de Canárias, buscou elucidar a origem desse comportamento intrigante com métodos de observação de alta precisão.
Resultados e Metodologia
O artigo, publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, detalha como a anã branca consome material de sua estrela vizinha em uma taxa nunca antes documentada. O processo de acreção resulta na formação de um intenso anel gasoso ao redor do par, efeito radiativo que intensifica o brilho do sistema.
“V Sagittae não é um sistema estelar comum — é o mais brilhante de seu tipo e intriga especialistas desde sua primeira observação em 1902.”
(“V Sagittae is no ordinary star system — it’s the brightest of its kind and has baffled experts since it was first discovered in 1902.”)— Phil Charles, Professor, Universidade de Southampton
Utilizando espectroscopia avançada, a equipe capturou a emissão de energia e a dinâmica orbital das estrelas, revelando que a matéria transferida para a anã branca desencadeia reações termonucleares em sua superfície.
“O estudo mostra que esse brilho extremo é causado pela anã branca sugando a vida de sua companheira, utilizando a matéria acumulada para transformar-se em uma verdadeira fornalha cósmica.”
(“Our study shows that this extreme brightness is down to the white dwarf sucking the life out of its companion star, using the accreted matter to turn it into a blazing inferno.”)— Phil Charles, Professor, Universidade de Southampton
Os dados também revelaram a presença de um halo de gás — subproduto das intensas transferências de massa.
Implicações e Próximos Passos
A pesquisa aponta que, se o ritmo acelerado de acreção se mantiver, o sistema V Sagittae tende a sofrer dois eventos extremos. Primeiro, uma explosão do tipo “nova” tornará o par visível a olho nu. Posteriormente, a possível colisão das estrelas resultaria em uma supernova de brilho equivalente ao do Sol, perceptível mesmo durante o dia na Terra.
“Quando as duas estrelas finalmente colidirem e explodirem, será uma supernova tão brilhante que poderá ser vista da Terra até mesmo durante o dia.”
(“But when the two stars finally smash into each other and explode, this would be a supernova explosion so bright it’ll be visible from Earth even in the daytime.”)— Pablo Rodríguez Gil, Doutor, Instituto de Astrofísica de Canárias
Este fenômeno extremo sugere revisões em modelos sobre evolução estelar, podendo aprimorar a compreensão sobre o ciclo de vida dos sistemas binários. O monitoramento contínuo, conforme indicam os autores, será determinante para prever a explosão e entender impactos astrofísicos associados.
Especialistas do projeto ressaltam a importância dos resultados para futuras observações, sugerindo a necessidade de novos estudos sobre acreção de massa estelar e formação de supernovas em galáxias vizinhas.
Fonte: (ScienceDaily – Ciência)
