
Elgin, Escócia — InkDesign News — Dias antes de alcançar sua maior proximidade à Terra em mais de mil anos, o cometa superbrilhante C/2025 A6 (Lemmon) foi registrado cruzando um céu repleto de auroras multicoloridas nos arredores de Elgin, na região nordeste da Escócia, durante o início do dia 18 de outubro. A descoberta, capturada pelo fotógrafo escocês Alan Tough, ocorreu durante um súbito surto de auroras causado por uma tempestade geomagnética inesperada, destacando um raro espetáculo celeste provocado por atividades solares intensas.
O Contexto da Pesquisa
Cometas são objetos de grande interesse para a comunidade astronômica, pois oferecem pistas valiosas sobre a origem e evolução do Sistema Solar. O cometa Lemmon, descoberto em 3 de janeiro por pesquisadores do observatório Mt. Lemmon SkyCenter, nos arredores de Tucson, Arizona, é um cometa não periódico cuja órbita ao redor do Sol leva cerca de 1.350 anos para ser completada. No momento da observação, sua passagem coincidiu com a ocorrência de auroras boreais amplamente visíveis, resultado direto de uma ejeção de massa coronal (CME, na sigla em inglês) que atingiu o campo magnético terrestre.
Resultados e Metodologia
O evento foi caracterizado pelo surgimento de auroras com uma paleta de cores incomum, incluindo verdes, vermelhos, laranjas e rosas, fenômenos que só aparecem sob condições ambientais específicas. Segundo Spaceweather.com, o fotógrafo planejava capturar apenas o cometa quando o céu foi repentinamente iluminado pelas auroras:
Auroras foram resultado de uma tempestade geomagnética surpresa, ou perturbação no campo magnético da Terra, desencadeada por uma ejeção de massa coronal do Sol.
(“The auroras were the result of a surprise geomagnetic storm, or disturbance to Earth’s magnetic field, triggered by a coronal mass ejection from the sun.”)— Spaceweather.com
O cometa estava mais de 230 vezes mais distante da Terra do que a Lua ao ser fotografado e atingiu magnitude aparente 4, tornando-se visível a olho nu. Sua cauda, formada por gases e poeira, foi repetidamente afetada pelo vento solar ao passar pelo interior do Sistema Solar, conforme ressaltado:
O cometa também desenvolveu uma cauda significativa, frequentemente abalada pelo vento solar conforme atravessa o Sistema Solar interno.
(“The comet has also grown a sizable tail, which has been frequently battered by solar wind as Lemmon swerves through the inner solar system.”)— Live Science
Moradores do Hemisfério Norte podem observar o Lemmon no céu noroeste, logo abaixo da constelação da Ursa Maior, pouco após o pôr do sol. Embora visível sem equipamento, instrumentos como telescópios ou binóculos aumentam substancialmente a qualidade da observação.
Implicações e Próximos Passos
O encontro do cometa Lemmon com a tempestade solar destaca como fenômenos espaciais concomitantes criam oportunidades únicas para estudo de interações entre partículas solares e corpos celestes. Cientistas pretendem analisar a expansão da coma — nuvem de gás, gelo e poeira — do cometa e avaliar os impactos do vento solar em sua estrutura. Outro cometa, o SWAN, também protagonizou seu momento de maior aproximação com a Terra no mesmo período, reforçando este como um momento de intensa observação para a astronomia.
O contínuo monitoramento desses eventos promete aprimorar modelos de interação Sol-Terra e potencializar a compreensão sobre a dinâmica de cometas em ambientes de elevada atividade solar. Expectativas recaem sobre os dados coletados por astrônomos e amadores, que devem fornecer subsídios a futuras pesquisas e refinamentos em técnicas de observação e modelagem de atividade cometária e auroras.
Fonte: (Live Science – Ciência)