
Boston — InkDesign News — Durante a Semana Mundial do Espaço de 2024, uma colaboração única entre o fotógrafo Babak Tafreshi e o astronauta da NASA Don Pettit resultou em um ensaio visual inovador sobre as diferentes perspectivas do céu noturno, desde a Terra até a Estação Espacial Internacional. Os registros, apresentados em outubro, evidenciam fenômenos raros e a crescente preocupação com a poluição luminosa no planeta.
O Contexto da Pesquisa
A pesquisa fotográfica surge em meio ao aumento global da poluição luminosa, um problema que invisibiliza o céu noturno para mais de 80% da população mundial. Tafreshi, fotógrafo parceiro da National Geographic, e Pettit, astronauta veterano com quase 600 dias em órbita, buscaram documentar não apenas a beleza do cosmos, mas também como a ação humana, sobretudo nas grandes cidades, prejudica a observação astronômica. “The increased glow of artificial light is making our stars disappear.”
(“O aumento do brilho da luz artificial está fazendo nossas estrelas desaparecerem.”)
— Babak Tafreshi, Fotógrafo, National Geographic
Resultados e Metodologia
O experimento consistiu em dez produções paralelas: Pettit registrou eventos e paisagens celestes diretamente da ISS, enquanto Tafreshi fotografou os mesmos pontos ou fenômenos a partir do solo. Entre esses cenários estão a neblina vermelha causada por moléculas excitadas pelo Sol na atmosfera superior da Flórida, o impacto de asteroide que formou a cratera Eye of Quebec há mais de 214 milhões de anos no Canadá, e as auroras polares de 10 de outubro de 2024, visíveis tanto do espaço quanto de Salem, Massachusetts. No sudoeste dos Estados Unidos, foram captadas faixas de luz provenientes das grandes cidades, realçando o contraste entre o brilho independente do planeta e a interferência humana. “On a dark, star-studded night, Tafreshi observed a similar launch—this time of cargo via SpaceX’s Falcon 9 rocket— from Merritt Island National Wildlife Refuge.”
(“Numa noite escura e estrelada, Tafreshi observou um lançamento semelhante — desta vez de carga pelo foguete Falcon 9 da SpaceX — do Merritt Island National Wildlife Refuge.”)
— Don Pettit, Astronauta, NASA
Implicações e Próximos Passos
Especialistas destacam que a intensificação da iluminação artificial representa um dos principais desafios ambientais da atualidade, não apenas por privar a sociedade do contato com o céu, mas pelo impacto sobre a biodiversidade. O projeto incentiva a adoção de medidas como a substituição de lâmpadas externas por versões de tom mais quente e a mobilização política para reduzir o brilho urbano. As imagens, segundo seus autores, servem como alerta e inspiração para políticas públicas de preservação do céu noturno.
O avanço das tecnologias de iluminação sustentável e o fortalecimento de movimentos pelo céu escuro ganham relevância nos próximos anos. Espera-se que a combinação de relatos visuais marcantes e iniciativas educacionais contribua para a reversão do quadro atual e o resgate do patrimônio celeste para futuras gerações.
Fonte: (Popular Science – Ciência)