
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos confirmaram a descoberta do cometa interestelar 3I/ATLAS, que se destaca como o terceiro objeto de origem externa ao Sistema Solar a ser documentado, após 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov.
Contexto da descoberta
O cometa 3I/ATLAS foi detectado no dia 1º de julho de 2025 pela equipe do Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), um projeto financiado pela NASA. O objeto, que também é conhecido como C/2025 N1 (ATLAS) e A11pl3Z, se aproxima da Terra vindo da direção da constelação de Sagitário. O orbitamento deste cometa é considerado o mais dinamicamente extremo já registrado na história de observações do Sistema Solar.
Métodos e resultados
No momento de sua descoberta, os astrônomos notaram que 3I/ATLAS não apresentava as características típicas de um cometa normal. O cometa parecia emitir luz própria, o que é incomum para um corpo celeste tão distante do Sol. Normalmente, cometas são extremamente escuros e se iluminam gradativamente conforme se aproximam do Sol, mas neste caso, o 3I/ATLAS já estava exibindo uma coma — um tipo de nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo do cometa — a uma distância maior que a órbita de Júpiter.
“No momento da descoberta, estava claro que não era um cometa normal, já que começou a brilhar a uma distância incomum do Sol.”
(“The moment astronomers discovered 3I/ATLAS, it was clear it was not a normal comet.”)— Jacqueline McCleary, Astrônoma, Universidade Northeastern
As observações feitas pelo telescópio James Webb revelaram que o cometa é rico em dióxido de carbono, com uma proporção de gelo de dióxido de carbono para gelo de água de 8:1, a mais alta já registrada. Isso pode fornecer insights sobre as condições químicas em outros sistemas solares.
Implicações e próximos passos
Os cientistas acreditam que o 3I/ATLAS provavelmente se originou do centro da Via Láctea, e rastrear sua origem exata pode ser complexo. Para que o cometa tenha escapado de seu sistema solar original, deve ter passado por uma perturbação gravitacional que alterou seu caminho orbital.
A observação futura do cometa, especialmente quando ele cruzar a órbita de Júpiter após outubro, é considerada uma oportunidade valiosa para os pesquisadores. O satélite da NASA, Juno, estará posicionado para capturar dados detalhados do cometa à medida que ele se aproxime do Sol. Cientistas esperam analisar como a liberação do dióxido de carbono poderá afetar a composição remanescente do cometa.
“Entender a composição deste cometa pode fornecer pistas sobre a formação de outros sistemas solares.”
(“Indirectly, trying to understand the composition of this comet and comparing it to the composition of other interstellar comets … can tell us about what solar system formation looks like in other solar systems at a really granular level.”)— Adina Feinstein, Astrônoma, Universidade Estadual de Michigan
A pesquisa sobre 3I/ATLAS representa um passo significativo na compreensão da formação de sistemas solares e pode ajudar a contextualizar a singularidade de nosso próprio Sistema Solar, essencial para a busca de vida em outros lugares do universo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)