Arte gerada por IA expande fronteiras no leilão da Sotheby’s

São Paulo — InkDesign News — A ascensão da inteligência artificial generativa tem proporcionado acesso inédito à criação artística, permitindo que indivíduos sem formação específica produzam obras visuais impressionantes, levantando debates sobre a natureza da arte contemporânea e seu valor.
Contexto da pesquisa
A popularidade das ferramentas de inteligência artificial, como DALL-E e Midjourney, tem democratizado a criação artística, mas não sem controvérsias. Henry Daubrez, artista que se destaca como um “artista assistido por IA”, vê essa acessibilidade como um aspecto positivo da tecnologia. “Pessoas que haviam desistido da expressão criativa… estão agora criando e compartilhando arte”, afirma. Essa nova era criativa avança e se expande a partir do trabalho de diversas instituições, incluindo o Sotheby’s, onde Daubrez colaborou na venda de um NFT de Bitcoin por 24 mil dólares.
Método e resultados
As ferramentas de IA operam por meio algoritmos de machine learning capazes de processar e gerar imagens a partir de prompts textuais. Embora a interação com esses modelos seja simples, a capacidade de produzir algo com relevância artística requer uma sensibilidade estética e imaginativa. Daubrez refere-se à importância do gosto nesse novo contexto, salientando que “estamos entrando em uma nova geração que será impulsionada pelo gosto”. Além disso, artistas como Beth Frey, que acumulou mais de 100 mil seguidores em sua conta no Instagram, permanecem atentas às nuances que tais ferramentas proporcionam até que se tornem “menos interessantes” devido à sua crescente perfeição.
Implicações e próximos passos
O uso da IA na criação artística suscita questionamentos éticos sobre originalidade e autoria. Para Kira Xonorika, que tem obras no acervo permanente do Denver Art Museum, o aspecto imprevisível da IA pode enriquecer a prática artística. “[O que] eu realmente gosto sobre a IA é o elemento de imprevisibilidade”, diz. Apesar disso, suavizar a linha entre arte e produtos considerados “lixo de IA” ainda é um desafio. “É uma mistura emocional… enquanto não se aceitar que a IA é apenas uma ferramenta, ainda haverá um gosto agridoce”, desabafa Daubrez.
Com o avanço contínuo das tecnologias de IA, o potencial para transformação no cenário artístico é imenso, embora as mais profundas questões sobre a essência da criação ainda precisem ser debatidas.
Fonte: (MIT Technology Review – Artificial Intelligence)