
São Paulo — InkDesign News — A disputa comercial entre Estados Unidos e potências globais, especialmente a China e a União Europeia, tem ganhado novos contornos, destacando-se a insistência do ex-presidente Donald Trump de garantir que a Apple produza seus iPhones em solo americano. A estratégia é emblemática de sua visão para revitalizar a manufatura nos EUA, mesmo diante da possibilidade de retaliações econômicas severas.
Contexto e lançamento
A batalha de Trump com a Apple não é uma novidade. Desde sua primeira campanha presidencial em 2016, o ex-presidente manifestou a intenção de forçar a Apple a instalar fábricas nos Estados Unidos. Recentemente, Trump ameaçou a gigante tecnológica com tarifas de 25% sobre iPhones não produzidos no país, uma ação prevista para intensificar no âmbito do conflito comercial que já causou estragos em vários setores.
Design e especificações
Atualmente, a Apple fabrica cerca de 90% de seus iPhones na China. Contudo, para atender às exigências de Trump, Cook, CEO da Apple, planejou realocar parte da produção para a Índia, uma decisão criticada publicamente pelo ex-presidente. A mudança implica desafios logísticos significativos, uma vez que, segundo analistas, seria necessário investir cerca de US$ 30 bilhões e levar até três anos para transferir uma fração da cadeia de suprimentos da Apple para os EUA. Além disso, Cook mencionou em uma teleconferência de resultados que as tarifas existentes podem custar à companhia cerca de US$ 900 milhões neste trimestre.
Repercussão e aplicações
A resposta do mercado às ameaças tarifárias de Trump foi imediata, resultando em uma queda de 4% nas ações da Apple, refletindo a incerteza que permeia essa guerra econômica. Analistas como Dan Ives, da Wedbush Securities, alertaram que a imposição de tarifas reciprocas poderia elevar drasticamente os preços dos iPhones, afetando tanto consumidores quanto o ecossistema de tecnologia. “A realidade é que levará três anos e US$ 30 bilhões, na nossa estimativa, para mover mesmo 10% da cadeia de suprimentos da Apple para os EUA,” aponta Ives.
A guerra comercial de Trump foi chamada de “a pior ferida auto-infligida” por qualquer administração.
(“the worst self-inflicted wound by any administration.”)— Janet Yellen, ex-Secretária do Tesouro dos EUA
O presidente está tentando trazer de volta a manufatura de precisão para os EUA.
(“The president is trying to bring back precision manufacturing to the U.S.”)— Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA
As tensões entre Trump e as grandes empresas de tecnologia, incluindo a Apple, moldam o futuro da fabricação nos EUA, destacando a necessidade de um equilíbrio entre custos e produção local. O cenário atual sugere que a competição global no setor de tecnologia continuará a esquentar, com implicações duradouras para os próximos lançamentos e tendências.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)