
São Paulo — InkDesign News —
O recente conceito de assentos em aviões de dois andares da Airbus, apelidado de “zona do peido”, levanta questões sobre como o design e a psicologia humana se entrelaçam. Embora tenha sido desenvolvido para maximizar a eficiência do espaço, a proposta encontrou resistência pública instantânea e visceral.
Design de produto
A configuração de assentos inovadora coloca os passageiros em um nível inferior diretamente abaixo de outro. Essa disposição gera desconforto psíquico, uma vez que o passageiro inferior está posicionado ao lado da parte traseira do viajante acima. Essa proximidade instiga reações primárias, desafiando a noção de conforto em aeronaves.
A integração de um design eficiente e conforto psicológico é crucial
(“The integration of efficient design and psychological comfort is crucial”)— Alejandro Núñez Vicente, Designer
Inovação e materiais
O conceito de assento foi pensado em relação à maximização do espaço, mas o designer Vicente não previu as reações emocionais que o projeto poderia provocar. A experiência tem sido ilustrativa sobre a necessidade de considerar a psicologia do consumidor em inovações de design. Embora existam barreiras visuais e de segurança, a disposição evoca sentimentos de vulnerabilidade e domínio social.
O uso de materiais como barreiras acústicas e ventilação melhorada é crucial, mas as barreiras visuais e o posicionamento dos assentos são fatores que podem transformar a experiência do usuário.
Sustentabilidade e impacto
A proposta de design tem implicações importantes além da estética, afetando diretamente a maneira como os passageiros percebem o espaço aéreo. A configuração inovadora não apenas desafia os padrões de conforto, mas também exprime hierarquias sociais que são ressentidas por muitos viajantes.
A atmosfera claustrofóbica gerada por tal arranjo, onde um humano se torna um “teto”, sublinha a tendência dos consumidores de buscar não apenas eficácia nos projetos, mas também um espaço intuitivo e energizante.
Na visão de Vicente, melhorar aspectos como barreiras de privacidade e reorganização dos assentos pode ressignificar a proposta inicial, explorando uma relação harmoniosa entre funcionalidade e conforto psicológico.
A aceitação do design contemporâneo reflete a necessidade de intervenções que mantenham a estética, mas respeitem a natureza das interações humanas. Os próximos lançamentos na indústria da aviação e novas inovações de assentos deverão levar em conta essas considerações sociais e psicológicas.
Fonte: (yankodesign – Design)