
São Paulo — InkDesign News —
A controvérsia envolvendo a Airbnb e suas listagens em assentamentos ilegais em territórios palestinos ocupa um espaço importante nos debates globais sobre direitos humanos e a ética empresarial. Grupos de direitos humanos alegam que a companhia pode estar se beneficiando de atividades consideradas crimes de guerra.
Contexto e lançamento
A Airbnb enfrentou crescentes pressões para remover suas listagens em assentamentos israelenses na Cisjordânia, uma região marcada por tensões históricas e políticas. Em 2018, a empresa anunciou a remoção desses anúncios, mas reverteu sua decisão no ano seguinte, permitindo que as listagens voltassem ao ar. As ações coletivas promovidas por organizações como a Global Legal Action Network (GLAN) e a Al-Haq marcam uma nova fase na luta contra o que os grupos consideram uma violação do direito internacional.
Design e especificações
O foco das queixas reside em mais de 300 propriedades listadas na plataforma que, segundo os grupos, pertencem a assentamentos considerados ilegais pela Corte Internacional de Justiça. As alegações incluem o uso de propriedades de refugiados palestinos, desapropriadas durante a Nakba, um evento histórico que forçou a migração de quase um milhão de palestinos. A percepção de que a empresa está facilitando operações que podem constituir lavagem de dinheiro sob a legislação irlandesa e britânica intensifica o debate sobre sua conformidade legal.
Repercussão e aplicações
As ações judiciais têm como objetivo estabelecer um precedente que desestimule práticas empresariais em assentamentos ilegais. “Essas são as primeiras ações a aplicar a legislação anti-lavagem de dinheiro a atividades empresariais nos assentamentos israelenses”, afirmou Gerry Liston, advogado sênior da GLAN.
“Essas ações demonstram que executivos de empresas que se beneficiam da ocupação enfrentam riscos pessoais de processo.”
(“These actions demonstrate that executives of companies profiting from the occupation face personal risk of prosecution.”)— Gerry Liston, Advogado Sênior, GLAN
A Airbnb, por sua vez, defende que suas operações estão dentro da legalidade e que todos os lucros gerados nas listagens na Cisjordânia são doados a uma organização sem fins lucrativos.
A posição da Airbnb foi criticada por figuras políticas, como Ashish Prashar, que apontou que “listar propriedades em territórios ocupados é uma violação do direito internacional”.
“Chamar esses locais de ‘territórios em disputa’ diminui a soberania palestina e apoia a ocupação israelense.”
(“Calling these ‘disputed territories’ undermines Palestinian sovereignty and supports Israeli occupation.”)— Ashish Prashar, Consultor Sênior, Embaixador da Paz no Oriente Médio
À medida que a discussão avança, a pressão sobre a Airbnb para se alinhar a normas éticas e legais se intensifica. As decisões a serem tomadas na sequência das ações judiciais poderão moldar não apenas o futuro da empresa, mas também o do mercado de imóveis em zonas de conflito.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)