São Paulo — InkDesign News — O avanço da tecnologia está gerando uma nova era na infraestrutura de dados, onde data centers não mais limitados à Terra podem encontrar seu espaço no cosmos, prometendo eficiência e inovação.
Contexto e lançamento
O aumento exponencial no uso de inteligência artificial e a digitalização das informações têm elevado a demanda por data centers, essenciais para processar e armazenar grandes volumes de dados. No entanto, este crescimento enfrenta desafios relacionados ao consumo excessivo de energia e aos recursos naturais, como água. Iniciativas de empresas, como a Starcloud, mostram uma nova perspectiva: construir data centers no espaço. A Starcloud planeja lançar um data center em baixa órbita terrestre já em novembro, dotado de chips Nvidia H100, buscando uma solução para os atuais problemas energéticos e ambientais.
Design e especificações
O data center da Starcloud será posicionado em uma região de baixa órbita terrestre, permitindo processamento de dados mais rápido. A proposta é executar operações de inferência de inteligência artificial diretamente no espaço, com a expectativa de reduzir o tempo de transferência de dados de horas para segundos. Em paralelo, a Lonestar Data Holdings também se destaca com planos de alocar data centers em pontos estratégicos, como os chamados pontos de Lagrange, utilizando as propriedades físicas do espaço, como energia solar e refrigeração eficiente. “Em espaço você pode fazer algo que não pode em qualquer nação na Terra, como alavancar energia disponível 24 horas por dia”, afirma Christopher Stott, CEO da Lonestar.
Repercussão e aplicações
Áreas como detecção de incêndios florestais e armazenamento seguro de dados podem se beneficiar dessa nova abordagem. Stott comenta: “Estamos apenas tentando evitar uma moderna Biblioteca de Alexandria”
(“We’re just trying to avoid a modern day Library of Alexandria”). As necessidades de segurança cibernética são particularmente relevantes, dado o aumento dos ataques virtuais sobre dados cruciais. Históricos relatos indicam que a primeira tentativa da Lonestar de pousar um data center na Lua não foi bem-sucedida, embora forneça dados úteis para o futuro. A opinião de especialistas é mista; enquanto muitos veem a potencial relocação de data centers como uma solução, questionam o impacto ambiental das próprias missões espaciais. Michelle Hanlon, especialista em direito espacial, expressa preocupações sobre o quanto essa infraestrutura espacial poderá obscurecer o céu noturno: “Veremos data centers em vez de estrelas”
(“We’ll be seeing data centers instead of stars”).
O futuro das operações com data centers no espaço parece promissor, com previsões de que em dez anos a maioria das novas instalações será estabelecida fora da Terra. O setor deverá observar um crescimento na demanda por energia e eficiência, acelerando a adoção de tecnologias espaciais.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)
