
Pesquisas recentes em aprendizado de máquina (machine learning) têm levantado questões morais cruciais sobre a inteligência artificial (AI), à medida que esses sistemas se tornam mais autônomos e complexos.
Contexto da pesquisa
Estudos conduzidos pelo filósofo e pesquisador de psicologia Frank Martela, da Universidade Aalto, analisaram a relação entre a AI generativa e a noção de livre arbítrio. Martela afirma que, conforme a AI avança, precisamos reconsiderar a forma como interagimos e programamos esses sistemas.
Método proposto
A pesquisa focou em dois agentes de AI generativa, incluindo o agente Voyager em Minecraft e drones fictícios denominados “Spitenik”. Ambos os sistemas são impulsionados por modelos de linguagem grandes (LLMs), permitindo que operem com um nível de autonomia que demanda consideração sobre a escolha e responsabilidade moral.
Resultados e impacto
Martela concluiu que “ambos parecem atender todas as três condições de livre arbítrio” (
“Both seem to meet all three conditions of free will”
— Frank Martela, Professor Associado, Universidade Aalto
). Além disso, ele destacou que à medida que a AI se torna mais autônoma, a responsabilidade moral pode passar dos desenvolvedores para os próprios agentes de AI. Isso sublinha a necessidade de que os criadores de AI tenham uma sólida compreensão de filosofia moral, para que possam instruir suas criações adequadamente.
Considerando cenários reais, como veículos autônomos ou sistemas assistivos, questiona-se a necessidade de um “bússola moral” para que esses sistemas façam escolhas adequadas em situações complexas. Martela reitera que “a AI não possui uma bússola moral a não ser que seja programada para ter uma” (
“AI has no moral compass unless it is programmed to have one”
— Frank Martela, Professor Associado, Universidade Aalto
).
Este avanço nos faz reconsiderar como educamos e supervisionamos a tecnologia de AI em um mundo que cada vez mais terceiriza a decisão a esses sistemas. As próximas etapas incluem a implementação dessas considerações em aplicações práticas de AI.
Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)