
São Paulo — InkDesign News — Em um contexto onde a inteligência artificial (IA) está em ascensão, o escritor Cory Doctorow levanta críticas contundentes, sugerindo que a expectativa de que essas tecnologias substituirão empregos é exagerada, especialmente no setor de tecnologia.
Contexto e lançamento
Nos últimos anos, a adoção corporativa de IA tem avançado a passos largos, especialmente no setor tecnológico. Todavia, diversas análises revelam que o retorno sobre investimentos em IA é baixo, desafiando as promessas feitas pelos líderes da indústria. Doctorow enfatiza que, apesar do entusiasmo por parte de diretores de tecnologia, a realidade é que a IA não tem a capacidade de realizar muitas das tarefas complexas que requerem um contexto amplo, especialmente no campo da programação.
Design e especificações
Segundo Doctorow, “AI can write sub-routines, it can’t do software architecture. Can’t do engineering, because engineering is about having a long, broad context window to understand all the pieces that came before, all the pieces that are coming in the future” (“A IA pode escrever sub-rotinas, mas não consegue fazer arquitetura de software. Não pode fazer engenharia, porque a engenharia envolve ter uma ampla janela de contexto para entender todas as partes que vieram antes, todas as partes que virão no futuro”). Essa afirmação evidencia a limitação das tecnologias atuais, que ainda necessitam de uma perspectiva abrangente que vai além das capacidades da IA.
Repercussão e aplicações
A crescente insatisfação entre os trabalhadores tecnológicos é um reflexo das mudanças desta dinâmica de trabalho. Doctorow argumenta que a motivação dos funcionários foi historicamente alicerçada em um propósito maior, mas agora, com a redundância na oferta de talentos, a balança de poder se inverteu. “Tech bosses have shown us how they treat workers they’re not afraid of” (“Os chefes de tecnologia nos mostraram como tratam os trabalhadores dos quais não têm medo”), observa Doctorow, apontando para um futuro onde o controle sobre os trabalhadores se torna mais pronunciado, à medida que a IA avança, mas sem substituir a necessidade de criatividade e inovação humanas.
Nesta era em que a IA recebe investimentos massivos, Doctorow alerta que estamos à beira de uma bolha financeira que pode estourar, impactando gravemente a indústria. “I think 2008 is going to look like a golden age when AI pops” (“Acredito que 2008 parecerá uma era de ouro quando a IA estourar”), afirmou, ressaltando a fragilidade do atual ecossistema econômico centrado em tecnologias emergentes.
À medida que se observa a evolução da IA, a questão permanece: como equilibrar as promessas tecnológicas com as realidades econômicas? O futuro do trabalho em tecnologia pode depender de um reexame crítico das expectativas em torno da IA e das dinâmicas de poder no local de trabalho.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)