
São Paulo — InkDesign News — A inteligência artificial (IA) tem gerado um debate intenso sobre sua implementação em ambientes corporativos, especialmente entre executivos de grandes empresas. De acordo com o discurso de May Habib, cofundadora e CEO da Writer AI, no TED AI Conference, um percentual alarmante de 42% dos executivos da Fortune 500 acredita que a IA está prejudicando suas organizações.
Tecnologia e abordagem
Habib argumenta que o erro não reside na tecnologia, mas na forma como os líderes empresariais a abordam. Ela defende que a transformação com IA deve ser encarada como um reestabelecimento radical da forma de trabalho, e não meramente como mais uma ferramenta tecnológica. “A tecnologia de IA não pode mais ser centralizada. Isso agora faz parte do trabalho de cada líder de negócios. Não pode ser delegado." (“With AI technology, it can no longer be centralized. It’s in every workflow, every business. It is now the most important part of a business leader’s job. It cannot be delegated.”)
Esse paradigma altera radicalmente a dinâmica de execução nas empresas. A IA propõe que a execução de tarefas deixe de ser cara e árdua, tornando-se programática e abundante. “Nos últimos 100 anos, as empresas foram construídas com a ideia de que a execução é cara e difícil”, observou.
Aplicação e desempenho
A realidade é que muitos projetos de IA estão estagnados devido a uma falta de clareza sobre casos de uso e a resistência interna às mudanças necessárias. O trabalho da Writer AI, que inclui a implementação de sistemas de IA generativa, demonstra uma mudança efetiva nas estruturas operacionais, com consequências diretas sobre a agilidade nas operações. Habib citou um exemplo prático onde uma campanha que anteriormente levava sete meses para ser executada agora pode ser realizada em apenas 30 dias.
Entretanto, a implementação não é desprovida de desafios, especialmente no que diz respeito ao medo da automação entre funcionários. “Essas mudanças são assustadoras para as pessoas. Muitas vezes isso se manifesta como lágrimas em nossa oficina de IA”, disse Habib, enfatizando a necessidade de abordar a questão da resistência ao novo e redesenhar o valor do trabalho humano dentro deste novo contexto.
Impacto e mercado
O impacto da IA nas organizações não é apenas técnico, mas também cultural. A mudança no modelo de liderança é obrigatória, onde a simplicidade e a eficácia substituem a complexidade e o controle. Habib propõe um novo modelo organizacional, onde os líderes são incentivados a se libertar das estruturas hierárquicas e a adotar uma mentalidade de “métodos ágeis”.
Com um mercado em rápida evolução, onde a adoção da IA é cada vez mais crítica para a competitividade, “A única limitação é a ambição de seu escopo”, destacou. A capacidade de uma organização de reinventar suas práticas com tecnologia de IA estará diretamente ligada à disposição de seus líderes em embarcar nesse processo de transformação.
O futuro dos negócios será moldado não apenas por inovações tecnológicas, mas pela capacidade de seus líderes em enfrentarem suas próprias resistências e abraçarem um novo modo de operar e se conectar com suas equipes.
Fonte: (VentureBeat – AI)