
São Paulo — InkDesign News — Mesmo com a trégua na guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China, anunciada em 12 de junho de 2023, o agronegócio brasileiro se posiciona de forma a potencialmente lucrar, se a demanda global por soja reagir positivamente.
Panorama econômico
O ambiente econômico global, marcado por um superávit na produção agrícola, impõe desafios ao agronegócio. As tarifas americanas sobre a soja impactaram a competitividade do produto estadunidense, especialmente no mercado chinês, levando a uma reavaliação das rotas de importação por parte dos compradores. “A tarifa que permanece em vigor para a soja dos EUA está longe de ser insignificante. Produtos comprados de nossos concorrentes no Brasil e na Argentina não têm esse custo extra,” afirmou Caleb Ragland, presidente da Associação Americana de Soja.
Indicadores e análises
Os dados do Departamento de Agricultura dos EUA indicam que, no Brasil, as exportações de soja chegaram a 15,27 milhões de toneladas em abril de 2023, uma alta de 4,2% em comparação ao mês anterior. Contudo, as vendas para a China caíram 3% nesse período. Além disso, a formação de preços da soja brasileira depende de três fatores: a cotação na Bolsa de Chicago, a taxa de câmbio e o prêmio de exportação. As oscilações nesses índices mostram que, apesar da colheita recorde no Brasil, a margem de lucro do produtor continua reduzida.
Impactos e previsões
No atual cenário, a expectativa é que, mesmo com a redução das tarifas, a competição com outros grandes produtores como Argentina e EUA dificulte a valorização dos prêmios de exportação para a soja brasileira. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a situação no mercado está lenta, com vendedores e compradores sem consenso sobre os preços. Entre as previsões,
os produtores esperam por uma melhora nas condições de demanda que poderia equilibrar as contas e garantir mais competitividade no mercado internacional.
Com os estoques elevados e a iminente colheita nos Estados Unidos, a atenção do mercado se volta para a dinâmica de preços nas próximas semanas, que poderá impactar decisivamente as estratégias de negociação no setor. A trégua de 90 dias entre EUA e China pode alterar a liquidez do mercado, mas suas repercussões a longo prazo ainda estão em análise.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)