
Brasília — InkDesign News — Um áudio obtido pela Polícia Federal revela que o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha do Brasil, teria apoiado integralmente um suposto plano de golpe de Estado no país, segundo o depoimento do policial federal Wladimir Soares, agente infiltrado na segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os áudios foram periciados e integrados ao processo sob relatoria do Supremo Tribunal Federal em 14 de junho.
Contexto político
Desde fevereiro, a Polícia Federal já havia divulgado a existência dos áudios em que Wladimir Soares menciona detalhes de um plano de assassinato envolvendo o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No processo judicial, Garnier tornou-se réu em março deste ano, acusado pela Procuradoria-Geral da República de participar da articulação para o golpe. Ele foi um dos signatários da nota que defendia acampamentos de apoio em frente a quartéis do Exército após a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro. A delação premiada do ex-militar Mauro Cid cita Garnier como disposto a participar de um golpe de Estado.
“Exatamente. Garnier foi o único, cara. O único. A Marinha desde o começo foi a única que apoiou 100%. O resto tirou o corpo”
— Wladimir Soares, Policial Federal
Reações e debates
O conteúdo dos áudios provocou debates intensos no cenário político e jurídico. A Marinha, embora ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre o conteúdo específico, reafirmou no ano anterior seu posicionamento contrária a qualquer plano golpista no país. A defesa de Garnier foi procurada pela CNN Brasil e até o momento não se pronunciou. Parlamentares e especialistas têm destacado a relevância das investigações para a segurança democrática do Brasil frente à instabilidade política recente.
“Estavam com Moraes [ministro] na mira para atirar”
— Wladimir Soares, Policial Federal
Desdobramentos e desafios
Wladimir Soares, preso desde novembro do ano passado, é apontado pela PF como peça-chave no desmantelamento do esquema, pelo seu papel de infiltrado e por fornecer informações estratégicas sobre a segurança presidencial. O processo que tramita no Supremo Tribunal Federal deverá aprofundar a apuração das responsabilidades militares, o que poderá influenciar futuras reformas na segurança pública e defesa do país. A continuidade das investigações e decisões judiciais será decisiva para o equilíbrio institucional brasileiro.
O cenário político permanece tenso diante das acusações, e o desenrolar dos procedimentos legais poderá estabelecer precedentes importantes para o enfrentamento de ameaças à ordem democrática, a partir do controle rigoroso das instituições militares e policiais.
Fonte: (CNN Brasil – Política)