
Brasília — InkDesign News — O deputado federal Aécio Neves declarou nesta terça-feira (06) que o PSDB não aceitará proposta de incorporação ao PSD, feita pelo presidente Gilberto Kassab. A fala ocorreu no contexto de negociações partidárias que visam reposições estratégicas antes das próximas eleições.
Contexto político
Nos últimos meses, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, articulou uma proposta para incorporar o PSDB ao seu partido, visando ampliar a base política do PSD no Congresso nacional. O movimento, contudo, não avançou, tendo enfrentado resistência interna no PSDB, um partido que busca se reposicionar no cenário político nacional com identidade própria. Ainda no início do ano, a discussão sobre fusões partidárias esteve na agenda, mas a proposta de Kassab não prosperou.
Na semana passada, a Executiva Nacional do PSDB autorizou a fusão com o Podemos, processo que deve ser concluído até junho, na convenção nacional da legenda. A nova sigla, que adotará o número 20, pretende criar uma alternativa política de centro, afastando-se da polarização entre esquerda e direita.
Reações e debates
“Tenho uma ótima relação com o Kassab, mas a proposta que ele apresentou ao PSDB, aos governadores era de nos incorporar. E acho que o PSDB é muito maior que isso.”
— Aécio Neves, deputado federal
O deputado criticou o posicionamento pragmático do PSD, que, segundo ele, apoia governos diversos sem uma linha programática clara. Ele destacou que o PSDB quer construir uma alternativa programática para o Brasil, em vez de participar apenas de governos.
“Não queremos participar dos governos, seja qual eles forem, queremos construir um governo. Acho que não contribuiríamos entrando em mais um partido pragmático. Prefiro ajudar – com todas as dificuldades – a construir um caminho programático para o Brasil.”
— Aécio Neves, deputado federal
Essas declarações sinalizam uma postura que reafirma a importância de manter uma identidade política coesa, distinta das volatilidades associadas ao pragmatismo de alianças múltiplas e pouco alinhadas ideologicamente, como as atribuídas ao PSD.
Desdobramentos e desafios
A fusão do PSDB com o Podemos, que visa formar uma legenda única com gestão compartilhada nos primeiros três anos, pretende oferecer uma terceira via na política brasileira, capaz de dialogar tanto com a esquerda quanto com a direita sem compromissos definitivos com nenhum dos dois campos tradicionais. A nova sigla buscará aliviar a polarização que domina o cenário político atual.
O principal desafio será consolidar essa nova identidade programática e ampliar sua base de apoio num ambiente político altamente fragmentado e polarizado, além de enfrentar possíveis resistências internas e externas a essa redefinição partidária.
Assim, o PSDB reafirma sua intenção de manter autonomia para definir seu projeto político, destacando que a incorporação pelo PSD não é compatível com seus objetivos estratégicos e programáticos para o próximo ciclo eleitoral.
Fonte: (CNN Brasil – Política)