
São Paulo — InkDesign News — Na última terça-feira (13), a Circle Economy, em parceria com a Deloitte, anunciou a redução da circularidade global para 6,9%, revelando que apenas uma fração dos materiais é reciclada, impactando diretamente itens como resíduos de construção e demolição.
Panorama econômico
O cenário econômico global apresenta um retrocesso na circularidade, evidenciado pelo relatório divulgado durante o Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF). A taxa de 6,9% representa uma queda significativa desde 2018, quando a taxa era de 9,1%. Matthew Fraser, diretor da Circle Economy, expressou decepção com a tendência: “Estamos colocando mais carbono na atmosfera, ao invés de sequestrá-lo” (“We’re putting more carbon into the atmosphere, instead of sequestering it”). A diminuição da circularidade coincide com desafios em políticas monetárias e ações fiscais em resposta à crise ambiental crescente.
Indicadores e análises
Dentre os materiais que compõem a taxa de circularidade, 49,6% são oriundos de resíduos de construção e demolição, enquanto 44% provêm da indústria. A reciclagem, por sua vez, contribui com apenas 11,2% desse percentual. Fraser observa que se todos os materiais recicláveis fossem efetivamente reciclados, a taxa poderia alcançar impressionantes 25%. Isso destaca a ineficiência dos sistemas atuais de gestão de resíduos e reciclagem, evidenciado pelo fato de que 21,5% dos materiais são derivados de biomassa neutra em carbono.
Impactos e previsões
As implicações dessa baixa circularidade afetam diversos setores, uma vez que apenas 13,3% dos materiais utilizados são combustíveis fósseis, gerando 20% das emissões de gases de efeito estufa. Essa situação demanda uma análise crítica das políticas vigentes e uma urgência em implementar medidas mais eficazes de gestão de recursos, visto que, “essencialmente, estamos em um processo não circular”: “Essentially, we are in a non-circular process” (“Estamos em um processo não circular”). A expectativa é que, através de iniciativas como o WCEF, haja um fortalecimento na colaboração internacional, promovendo práticas que visem a recuperação e a reutilização mais efetivas de materiais.
Com a crescente pressão por modelos econômicos sustentáveis, será necessário um redirecionamento nas abordagens de produção e consumo, visando não apenas a redução de resíduos, mas também a nova forma de interação com os recursos disponíveis.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)