
São Paulo — InkDesign News — A descoberta de fósseis de folhas de Dryobalanops rappa, uma árvore gigante da floresta tropical, representa a primeira evidência fóssil de uma espécie arbórea ameaçada que ainda vive hoje. A pesquisa é crucial para a paleoconservação em Borneo.
Contexto da descoberta
Os fósseis de 2 milhões de anos foram encontrados em Kampong Lugu, no distrito de Tutong, em Brunei. Conhecida localmente como kapur paya, a Dryobalanops rappa é uma árvore imponente que se encontra em áreas de turfa ricas em carbono, um habitat em perigo devido à destruição ambiental.
Métodos e resultados
A equipe de paleontologistas, liderada por Tengxiang Wang da Penn State, analisou características microscópicas das cutículas das folhas preservadas. As amostras apresentaram uma correspondência precisa com as folhas das espécies modernas de Dryobalanops rappa, revelando detalhes celulares críticos que validaram a identificação.
“Esta descoberta fornece uma janela rara para a antiga história das florestas tropicais úmidas da Ásia”
(“This discovery provides a rare window into the ancient history of Asia’s wet tropical forests.”)— Tengxiang Wang, Estudante de doutorado, Penn State
Implicações e próximos passos
Os pesquisadores indicaram que os dipterocarpos, como o Dryobalanops rappa, desempenham um papel vital no armazenamento de carbono e na biodiversidade nas florestas asiáticas. Com a continuidade da destruição de seu habitat, a preservação dessas árvores se torna ainda mais urgente.
“Conservar essas florestas não se trata apenas de proteger espécies contemporâneas, mas também de preservar um legado de resiliência ecológica que resistiu por milhões de anos”
(“Conserving them is not only about protecting present-day species but also about preserving a legacy of ecological resilience that has withstood millions of years.”)— Peter Wilf, Professor, Penn State
A pesquisa publicada no American Journal of Botany não só amplia o entendimento sobre a ecologia das florestas tropicais, como também abre novas perspectivas para estratégias de conservação, enfatizando a relevância de conhecer a história das espécies ameaçadas.
A descoberta tem implicações práticas significativas, sugerindo que a preservação de árvores ameaçadas deve considerar não apenas sua sobrevivência presente, mas também seu passado como componentes-chave de ecossistemas. A história é uma peça vital no quebra-cabeça da conservação.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)