
São Paulo — InkDesign News — Em entrevista à CNN no último sábado (10), o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, analisou o impacto do prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado pelos Correios em 2024, enfatizando as consequências para os cidadãos, especialmente em relação à inflação e às taxas de juros.
Panorama econômico
A situação fiscal do Brasil apresenta desafios significativos, exacerbados pelo recente relatório que aponta um rombo quadruplicado nos resultados dos Correios em comparação com o ano anterior. O governo enfrenta um cenário delicado, onde a expansão dos serviços postais ocorre em um momento em que a macroeconomia clama por austeridade. Holland alerta que a carga desse prejuízo recairá sobre os cidadãos, refletindo em taxas de juros elevadas e um custo do crédito cada vez mais alto.
Indicadores e análises
De acordo com dados publicados no Diário Oficial da União (DOU), apenas 15% das 10.638 unidades dos Correios em localidades assistidas conseguiram apresentar superávit. O restante, ou seja, 85%, gerou prejuízo, uma situação que, segundo Holland, “está fadado a gerar prejuízo para a União recorrentemente” (“o modelo de negócios atual está fadado a gerar prejuízo para a União recorrentemente”). As contas públicas, já fragilizadas, são impactadas negativamente, conjunta à necessidade de reformas estruturais.
Impactos e previsões
As consequências desse cenário se desdobram em diversas frentes. A indústria pode sentir a pressão de custos maiores devido às altas taxas de juros, enquanto o consumidor enfrenta um cenário de endividamento crescente. O ex-secretário menciona que “a necessidade de mudança de modelo de negócios dos Correios está associada às grandes transformações da sociedade” (“esse é um lado da história que, em grande parte, requer que os Correios passem por um processo de transformação, de mudança de modelo de negócio”). Especialistas preveem que, se medidas corretivas não forem tomadas, a situação pode se agravar, levando a uma restrição ainda maior no crédito disponível.
As próximas etapas demandarão uma revisão urgente do modelo operacional dos Correios, visando não apenas a sustentabilidade da empresa, mas também a saúde fiscal do país. A transformação digital e a adaptação às novas demandas de comunicação devem ser consideradas como parte de um plano mais amplo, que poderá mitigar os impactos negativos no futuro.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)