
São Paulo — InkDesign News — A inflação brasileira mostra sinais de desaceleração em abril, com a taxa acumulada em 12 meses alcançando 5,53%, enquanto o Banco Central aumenta a taxa de juros para 14,75% ao ano, impactando a dinâmica econômica.
Panorama econômico
O cenário econômico brasileiro enfrenta desafios, refletindo um ambiente global incerto. Em resposta às pressões inflacionárias, o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic em 0,50 ponto percentual, agora fixada em 14,75% ao ano. Esse aumento ocorre em um contexto onde os preços dos alimentos e serviços continuam a impactar os consumidores, apesar da recente desaceleração na taxa de inflação em relação ao mês anterior.
Indicadores e análises
Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,43%, comparado ao aumento de 0,56% em março. O grupo Alimentação e bebidas, com expansão de 0,82%, manteve-se como o maior contribuinte para o índice, apesar da desaceleração em relação ao mês anterior. “O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante. Em abril, observamos também um maior espalhamento de taxas positivas no grupo, com índice de difusão passando de 55% para 70%”, explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Além disso, a saúde e cuidados pessoais também influenciaram, com um aumento de 1,18%, impulsionado pelo reajuste autorizado de até 5,09% nos preços dos medicamentos. Por outro lado, o setor de Transportes apresentou uma deflação de 0,38%, com quedas notáveis nos preços das passagens aéreas e combustíveis.
Impactos e previsões
A combinação de um mercado de trabalho aquecido e um real enfraquecido levanta preocupações quanto à continuidade da inflação, especialmente no setor de serviços, que acumulou alta de 6,03% em 12 meses. O cenário permanece crítico; a pesquisa Focus indica que a expectativa de inflação para este ano é de 5,53%, com a Selic estabilizada em 14,75%. “O resultado é explicado pela autorização de reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março”, afirma Gonçalves.
A autarquia tem defendido uma desaceleração da atividade para levar a inflação à meta de 3%
(“The authority has argued for a deceleration of activity to bring inflation to the target of 3%”.)— Fernando Gonçalves, Gerente do IPCA, IBGE
As políticas monetárias e a evolução do cenário econômico continuarão a ser monitoradas, com expectativa de flexibilização futura, conforme os dados se tornem mais favoráveis.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)