
São Paulo — InkDesign News — Exportadores brasileiros de carne bovina registraram uma venda expressiva de cerca de 48 mil toneladas para os Estados Unidos em maio, mesmo após a aplicação de uma nova tarifa de 10%, segundo afirmou Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), nesta quinta-feira (9).
Panorama econômico
O cenário global da carne bovina tem sido marcado por mudanças significativas nos fluxos comerciais, em especial entre Brasil, China e Estados Unidos. A China mantém sua posição como maior importador da carne bovina brasileira, entretanto, a escassez severa de gado nos Estados Unidos tem elevado a demanda americana por importações, incluindo as de fornecedores brasileiros e australianos. A elevação das tarifas impostas por Washington, em vigor desde o início do ano, visava conter as importações, com uma tarifa inicial de 26,4% para volumes fora da cota anual de 65 mil toneladas, acrescida recentemente por mais 10%. Para vendas dentro da cota, a tarifa subiu de zero para 10%, segundo Perosa.
Indicadores e análises
O volume exportado de carne bovina brasileira para os Estados Unidos em maio foi “uma grande surpresa”, conforme destacou Perosa, ao comparar o total atual de 48 mil toneladas com as 8 mil toneladas exportadas no mesmo mês do ano anterior. Dados da consultoria Datagro indicam que o Brasil está na trajetória para se tornar o maior produtor mundial de carne bovina em 2026, superando os Estados Unidos, onde o rebanho está em retração. O Brasil já é atualmente o maior exportador global, refletindo sua posição consolidada no mercado internacional.
“O volume foi uma grande surpresa”
(“The volume was a great surprise”)— Roberto Perosa, Presidente, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)
Impactos e previsões
O contínuo aumento das exportações brasileiras, mesmo diante de tarifas elevadas, evidencia a resiliência da indústria e a forte demanda externa, especialmente dos EUA. A ocupação integral da cota anual de 65 mil toneladas em janeiro indica que o mercado americano se mantém robusto. Na semana seguinte, representantes dos frigoríficos brasileiros acompanharão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita à China, com foco inédita em cidades do interior para promover a carne bovina nacional. A expectativa é que a China possa liberar novos fornecedores em breve, após o término de sua investigação de salvaguardas, o que poderá expandir ainda mais os mercados para os exportadores brasileiros.
“Embora Perosa não veja a China emitindo novas autorizações para exportadores de carne bovina brasileira no curto prazo, é possível que novos fornecedores sejam liberados no próximo ano”
(“Although Perosa does not foresee China issuing new authorizations for Brazilian beef exporters in the short term, it is possible that new suppliers will be released next year”)— Roberto Perosa, Presidente, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)
Com o crescimento das exportações e a mudança no cenário mundial da produção e consumo, o mercado de carne bovina brasileiro deverá continuar em foco nas próximas políticas comerciais e estratégias de mercado, tanto para manter os atuais volumes quanto para expandir sua presença em mercados estratégicos.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)