
Minas Gerais — InkDesign News —
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) reportou lucro líquido de R$ 1,038 bilhão no primeiro trimestre de 2024, uma queda de 9,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, em um cenário de inflação persistente e juros ainda elevados.
Panorama econômico
No contexto global, a economia enfrenta desafios estruturais, com inflação global ainda em foco e políticas monetárias restritivas adotadas por diversos bancos centrais. No Brasil, as decisões de política fiscal e monetária têm buscado equilibrar crescimento do PIB e controle da inflação, ao mesmo tempo em que os mercados lidam com variações regionais significativas, especialmente no setor elétrico.
Indicadores e análises
Entre janeiro e março, o lucro líquido da Cemig caiu 9,9%, para R$ 1,038 bilhão, reflexo da exposição da companhia à diferença de preços entre submercados, que impactou negativamente a comercialização de energia. Os preços da energia no Sudeste/Centro-Oeste e Sul estiveram quase R$ 400 mais altos que no Nordeste e Norte durante o período. O Ebitda ajustado da empresa diminuiu 9,6% em base anual, alcançando R$ 1,799 bilhão, enquanto a receita líquida avançou 8,7%, chegando a R$ 9,844 bilhões.
A dívida da Cemig atingiu R$ 15,242 bilhões ao final de março, aumento de 24,1% em relação ao quarto trimestre de 2024, com prazo médio de amortização de 5,5 anos.
Impactos e previsões
“Existe um problema estrutural na economia do mundo, que afeta diretamente setores como o de energia, exigindo ajustes estratégicos para garantir sustentabilidade financeira e operacional.”
(“There is a structural problem in the world economy, which directly affects sectors such as energy, requiring strategic adjustments to ensure financial and operational sustainability.”)— Professor de Economia, Universidade Federal de Minas Gerais
O cenário de preços diferenciados entre submercados tende a pressionar fornecedores e consumidores, desafiando a competitividade setorial e demandando respostas regulatórias e operacionais. A elevação da dívida da companhia pode refletir investimentos para adaptação a esse cenário, assim como esforços para manutenção do desempenho operacional diante das variações de mercado.
“A interação entre políticas fiscais, inflação e a estrutura tarifária regional é complexa e fundamental para a estabilidade do setor elétrico no Brasil.”
(“The interaction between fiscal policies, inflation, and regional tariff structures is complex and fundamental for the stability of the electric sector in Brazil.”)— Analista do Setor Elétrico, Instituto Brasileiro de Energia
Para os próximos meses, o mercado deverá observar com atenção as estratégias da Cemig para gestão da dívida e adaptação às condições de preço diferenciadas, bem como o impacto dos ajustes econômicos no desempenho financeiro da companhia. Reguladores e agentes do setor podem também reavaliar políticas tarifárias e mecanismos de compensação entre submercados para reduzir as distorções existentes.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)