Sonda soviética de Vênus em órbita falha cai e será filmada em 8 de maio

Terra — InkDesign News — Um artefato espacial soviético da era da Guerra Fria, a sonda Cosmos 482, está previsto para reentrar na atmosfera terrestre após mais de 50 anos em órbita, com transmissão ao vivo disponível para observação em 8 de maio de 2023.
Detalhes da missão
Lançada em 1972, a Cosmos 482 foi uma missão soviética que visava entregar um módulo de descida à superfície de Vênus, mas falhou ao não conseguir escapar da órbita baixa da Terra. Desde então, o módulo designado a resistir às condições extremas da atmosfera venusiana permaneceu orbitando a Terra, descendo gradualmente até a previsão atual de reentrada atmosférica por volta de 10 de maio de 2023. A operação de observação do reingresso está sendo conduzida pelo Virtual Telescope Project, com telescópios robóticos localizados em Manciano, Itália.
Tecnologia e objetivos
A Cosmos 482 é composta por um pesado módulo de descida construído para suportar a intensa pressão e temperatura da atmosfera de Vênus. Seu design robusto faz com que especialistas considerem a possibilidade de partes do artefato sobreviverem à passagem pela atmosfera terrestre até atingir o solo. A observação em tempo real da reentrada depende de ajustes dinâmicos dos telescópios, baseados em previsões orbitais e trajetórias fornecidas por serviços de rastreamento de satélites. Gianluca Masi, fundador do Virtual Telescope Project, comentou sobre a dificuldade da tarefa:
“Ele não tem certeza se teremos sucesso, pois esta é uma tarefa extrema, mas faremos o nosso melhor.”
(“he is not sure we will succeed, as this is an extreme task, but we will do our best.”)— Gianluca Masi, Astrônomo e Fundador do Virtual Telescope Project
Próximos passos
A missão de captura visual da Cosmos 482 durante sua reentrada faz parte de um esforço contínuo para acompanhar objetos espaciais descontrolados que retornam à Terra, contribuindo para o entendimento do comportamento destes corpos em altas velocidades e suas possíveis consequências. O projeto prevê ainda utilizar os dados obtidos para corroborar previsões orbitais e melhorar os modelos de reentrada atmosférica de detritos espaciais. As imagens e dados coletados podem fomentar colaborações internacionais para o monitoramento e mitigação de riscos associados a objetos em órbita declinante.
“Durante a reentrada, a espaçonave aparecerá como um objeto brilhante e rápido, semelhante a um meteoro cruzando o céu.”
(“During reentry, the spacecraft will appear as a bright, fast-moving object, much like a meteor streaking across the sky.”)— Especialistas do Virtual Telescope Project
Esse evento sublinha a relevância do acompanhamento contínuo de satélites e detritos orbitais para a segurança espacial e para ampliar a capacidade humana de explorar e entender o espaço circum-terrestre. A observação da Cosmos 482 não apenas exemplifica a durabilidade técnica das sondas da era soviética, mas também oferece uma rara oportunidade de estudar a reentrada atmosférica de um veículo construído para sobreviver em condições extremas de outro planeta.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)