
São Paulo — InkDesign News — O Corinthians discutiu nos últimos dias a possibilidade de se transformar em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). No entanto, a proposta foi rechaçada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, que afirmou categoricamente:
“SAF nunca”
— Romeu Tuma Jr, Presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians
Ainda assim, membros da diretoria têm mostrado abertura para aprofundar o debate, inspirando-se no modelo do Green Bay Packers, franquia da NFL.
Desenvolvimento do jogo
Fundado em 1919, o Green Bay Packers é o maior vencedor da National Football League (NFL), com 13 títulos. Diferentemente da maioria das franquias esportivas, a equipe de Wisconsin é uma organização sem fins lucrativos e pertence a seus torcedores, que são também acionistas. Com mais de 530 mil acionistas espalhados pelos Estados Unidos, a estrutura assegura que o poder esteja distribuído, evitando concentração nas mãos de um único dono.
As ações do Packers não pagam dividendos nem geram lucro diretamente para seus acionistas, que, no entanto, possuem direito a voto em decisões importantes, como eleições do Conselho Administrativo. A governança é pautada em transparência, acompanhada pela publicação regular de relatórios financeiros e pela divisão clara das funções entre Conselho Administrativo e CEO, responsável pelas operações diárias do clube.
Destaques e estatísticas
O Green Bay Packers é singular na NFL por sua posse coletiva e modelo associativo. A franquia provou que é possível operar sob um regime sem fins lucrativos, alinhando a paixão dos torcedores com uma gestão profissional. Esse modelo é não apenas uma exceção, mas uma referência na governança esportiva, promovendo equilíbrio entre controle democrático e eficiência administrativa.
Repercussão e próximos passos
Especialistas veem potencial para que clubes brasileiros, como o Corinthians, adotem uma modalidade similar, que combine o modelo associativo com mecanismos de capitalização via SAF, mantendo o controle majoritário do clube sobre a operação profissional do futebol.
“O Green Bay fez a massificação de seus acionistas em diversas rodadas diferentes de capitalização. Os clubes associativos brasileiros de massa poderiam seguir o modelo do Green Bay ao criarem uma SAF (que também não distribui lucro e tem restrição de venda das ações) e captar recursos com seus torcedores que teriam participação minoritária na SAF. Os clubes associativos continuariam controlando a SAF, mas com uma governança mais profissional do que no clube associativo e com novos recursos para investimentos.”
— José Luis Camargo, advogado e conselheiro de administração
Embora o entusiasmo exista, o paralelo com a realidade nacional indica que o sucesso do modelo depende especialmente da adoção de uma cultura de transparência e profissionalização, algo ainda desafiador na gestão do futebol brasileiro.
Como evidenciado na recente declaração do analista Antonio Soldado:
“A verdade é que as dívidas do Corinthians são enormes”
— Antonio Soldado, Analista de futebol
a necessidade de inovação administrativa é urgente e vital para a sustentabilidade do clube.
Essa discussão sinaliza potencial mudança na gestão do futebol nacional, podendo transformar a relação entre clubes e torcedores e influenciar o futuro financeiro e esportivo dos times brasileiros.
Fonte: (CNN Brasil – Esportes)