
Brasília — InkDesign News — Um estudo publicado no Dia Nacional da Vacinação revela que o Brasil é responsável por 40% da desinformação sobre vacinas na América Latina, com mais de 580 mil mensagens falsas divulgadas em plataformas sociais, especialmente no Telegram.
Contexto e objetivos
A desinformação sobre vacinas surge como um desafio significativo à saúde pública, afetando a adesão à imunização. O estudo, elaborado pelo Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas, teve como meta mapear a disseminação de informações falsas sobre vacinas entre 2016 e 2025 em 18 países da América Latina e do Caribe. O público-alvo abrange todas as faixas etárias, particularmente aquelas mais suscetíveis a influências digitais.
Metodologia e resultados
O estudo analisou 81 milhões de mensagens publicadas em 1.785 comunidades de teorias da conspiração. Os pesquisadores identificaram 175 alegações infundadas relacionadas a danos causados pelas vacinas e 89 falsos antídotos sendo comercializados. “Temos um ambiente digital ainda pouco regulado, com plataformas que lucram com o engajamento por meio do medo”, disse Ergon Cugler, coordenador do estudo.
(“We have a still poorly regulated digital environment, with platforms that profit from engagement through fear.”)— Ergon Cugler, Coordenador, DesinfoPop/FGV
Implicações para a saúde pública
A desinformação tem efeito direto na confiança da população em campanhas de vacinação, e o estudo evidenciou um crescimento alarmante das postagens sobre vacinas, que aumentaram 689,4 vezes entre 2019 e 2021 devido à pandemia de covid-19. “Essa desinformação é um mercado lucrativo e uma grande ameaça à saúde pública”, alerta Cugler.
(“This misinformation is a lucrative market and a significant threat to public health.”)— Ergon Cugler, Coordenador, DesinfoPop/FGV
O Ministério da Saúde brasileiro triển khai iniciativas como o programa Saúde com Ciência, que visa combater a desinformação e promover informações confiáveis sobre vacinação. A população é incentivada a desconsiderar conteúdos que geram medo e a buscar fontes oficiais para informações sobre vacinas.
Os dados evidenciam a necessidade de um rigoroso controle e regulamentação nas plataformas digitais, além de campanhas educativas que promovam a confiança nas vacinas como uma solução coletiva.
Fonte: Agência Brasil – Saúde