
São Paulo — InkDesign News — Cientistas descobriram água pesada no disco formador de planetas em torno da estrela jovem V883 Orionis, situada a 1.350 anos-luz da Terra, revelando que essa água pode ser mais antiga que a própria estrela.
Detalhes da missão
Em observações conduzidas pelo Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma rede de 66 antenas no Chile, os pesquisadores identificaram a presença de água pesada no disco de gás e poeira ao redor de V883 Ori. Esta estrela, com apenas meio milhão de anos, não possui planetas detectados até o momento, mas a água encontrada poderia fornecer pistas sobre a formação de futuros sistemas planetários.
Tecnologia e objetivos
Os cientistas utilizaram o ALMA para analisar a composição do disco circumestelar. O instrumento é capaz de captar sinais de diferentes frequências de rádio, permitindo a identificação de moléculas e suas proporções. A descoberta da água pesada — que possui dois átomos de deutério — sugere que a água nesse ambiente se origina de nuvens moleculares onde a estrela e seus planetas se formaram, e não foi reprocessada ou alterada nos estágios iniciais de formação.
A nossa detecção demonstra indubitavelmente que a água vista neste disco formador de planetas deve ser anterior à estrela central e se formou nas fases iniciais da formação de estrelas e planetas.
(“Our detection indisputably demonstrates that the water seen in this planet-forming disk must be older than the central star and formed at the earliest stages of star- and planet-formation.”)— Margot Leemker, Pesquisadora, Universidade de Milão
Próximos passos
Com base nas observações atuais, há planos para uma investigação mais aprofundada sobre a dinâmica do disco formador de planetas e a evolução da água em ambientes similares. Espera-se que as colaborações internacionais continuem a se expandir, facilitando a troca de dados e experiências entre instituições para entender melhor a história da água no cosmos.
A detecção de água pesada… prova a herança antiga da água e fornece um elo perdido entre nuvens, discos, cometas e, em última instância, planetas.
(“The detection of heavy water … proves the water’s ancient heritage and provides a missing link between clouds, disks, comets and ultimately planets.”)— John Tobin, Cientista, Observatório Nacional de Radioastronomia
Essa descoberta marca um avanço significativo na compreensão da evolução dos sistemas planetários e, por extensão, na história da água que pode ter chegado à Terra através de processos similares.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)