
São Paulo — InkDesign News — Os aluguéis residenciais no Brasil registraram alta de 0,79% em abril, após queda de 0,31% em março, segundo dados do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em 7 de maio, refletindo impactos da inflação e da política de juros elevados.
Panorama econômico
O cenário macroeconômico atual no Brasil caracteriza-se pela manutenção de taxas de juros elevadas e restrição de crédito, fatores que influenciam diretamente o mercado imobiliário residencial. Essa conjuntura reduz a procura por imóveis financiados, aumentando a demanda por aluguel. Globalmente, economias enfrentam pressões inflacionárias e ajustes monetários que afetam mercados locais, incluindo o brasileiro.
Indicadores e análises
O IVAR acumulou alta de 5,92% nos 12 meses encerrados em abril, contra um avanço de 6,55% nos 12 meses anteriores. A metodologia do índice foi aprimorada, passando a captar o valor real das transações de aluguel entre locadores e locatários, e não apenas os anúncios, como era antes. Em São Paulo, o índice saltou de uma queda de 0,29% em março para aumento de 3,60% em abril. Já no Rio de Janeiro, houve uma reversão, saindo de alta de 5,18% para queda de 1,43%, e em Belo Horizonte, de alta de 2,69% para recuo de 3,34%. Porto Alegre, por sua vez, apresentou queda de 0,46% em abril após recuo mais acentuado em março.
“Os preços dos aluguéis residenciais continuam a subir em 12 meses diante da atual conjuntura econômica de restrição de crédito com a manutenção das taxas de juros elevadas, que causam redução na procura por aquisição de imóveis financiados, pressionando assim a demanda por aluguéis”
(“Residential rental prices continue to rise over 12 months amid the current economic situation of credit restriction with the maintenance of high interest rates, which reduce the demand for the purchase of financed properties, thereby pressuring rental demand”)— Matheus Dias, economista do Ibre/FGV
Impactos e previsões
A elevação dos aluguéis, combinada com o cenário de juros altos, impacta a indústria da construção e o consumidor final, que enfrenta maior dificuldade para acesso à moradia por meio da compra financiada. O ajuste no índice de aluguéis sugere pressão crescente nas despesas residenciais dos brasileiros. Mercados regionais mostram comportamentos distintos, refletindo diferenças locais na oferta e demanda imobiliária.
“O IVAR foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários”
(“The IVAR was created to measure the monthly evolution of residential rental values in the Brazilian real estate market, with information obtained directly from contracts signed between landlords and tenants”)— Ibre/FGV, Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
Em perspectiva, permanecem as expectativas de um ambiente monetário restritivo, que deve continuar dificultando o crédito imobiliário e favorecendo o mercado de locação. A dinâmica regional dos aluguéis, associada a decisões de políticas públicas e econômicas, será determinante para os próximos meses.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)