
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa marca um avanço significativo na compreensão das dietas para adultos com constipação crônica, baseada em evidências rigorosas e recomendações práticas.
Contexto da descoberta
A constipação crônica é uma condição de longa duração que afeta a qualidade de vida e apresenta um impacto financeiro substancial sobre pacientes e sistemas de saúde. Diretrizes clínicas anteriores ofereciam recomendações limitadas e, por vezes, desatualizadas, geralmente visando o aumento da ingestão de fibras e fluidos.
As novas diretrizes, publicadas nas revistas Journal of Human Nutrition & Dietetics e Neurogastroenterology & Motility, são fundamentadas em revisões sistemáticas e meta-análises rigorosas, aplicando o método GRADE para avaliar a qualidade das evidências.
Métodos e resultados
O estudo, liderado pelo professor Kevin Whelan, da King’s College London, revisou mais de 75 ensaios clínicos e formulou 59 declarações de recomendação, identificando 12 prioridades de pesquisa. As diretrizes destacam que o uso de suplementos de psicotrópicos, certas cepas probióticas e magnésio podem ajudar a melhorar a constipação.
“Isso significa que, a partir de agora, pessoas que sofrem de constipação no mundo podem receber conselhos atualizados baseados nas melhores evidências disponíveis para melhorar seus sintomas e seu bem-estar.”
(“This means that from now on that people suffering from constipation across the world can now receive up-to-date advice based upon the best available evidence in order to improve their symptoms and wellbeing.”)— Professor Kevin Whelan, King’s College London
A qualidade geral dos estudos existentes, no entanto, foi considerada baixa, com muitos ensaios focando em intervenções isoladas em vez de abordagens dietéticas globais. Isso sublinha a necessidade urgente de realizar pesquisas nutricionais mais robustas sobre a gestão da constipação.
Implicações e próximos passos
A pesquisa revela que, embora uma dieta rica em fibras ofereça diversos benefícios para a saúde, as novas diretrizes indicam que não há evidências suficientes para afirmar que ela é eficaz especificamente para a constipação. Em vez disso, foram reveladas novas estratégias dietéticas que podem ajudar os pacientes.
“Por primeira vez, fornecemos direções sobre quais abordagens dietéticas podem realmente ajudar e quais conselhos alimentares carecem de evidências.”
(“For the first time, we’ve provided direction on what dietary approaches could genuinely help, and which diet advice lacks evidence.”)— Dra. Eirini Dimidi, King’s College London
Um recurso amigável para clínicos foi desenvolvido para apoiar a adoção dessas diretrizes na prática cotidiana. As diretrizes também se concentram nos resultados da constipação, como frequência e consistência das fezes, facilitando um atendimento mais personalizado.
O impacto prático dessas descobertas pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aponta para futuras linhas de pesquisa que podem revolucionar a gestão da constipação.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)