Lausanne — InkDesign News — Em um avanço inédito anunciado pela editora científica Frontiers, cientistas apresentaram nesta semana uma ferramenta revolucionária para gestão e reaproveitamento de dados científicos, baseada em Inteligência Artificial (IA). Batizada de Frontiers FAIR² Data Management, a solução foi desenvolvida em Lausanne com o objetivo de superar gargalos históricos relacionados ao compartilhamento e reutilização de bases de dados de pesquisas globais.
O Contexto da Pesquisa
Apesar de trilhões investidos em produção de dados científicos, estima-se que “noventa por cento da ciência desaparece no vazio”. Segundo levantamentos recentes, de cada 100 conjuntos de dados produzidos, cerca de 80 nunca deixam os laboratórios. Apenas uma ínfima parcela atende às normas internacionais de dados abertos e reutilizáveis. Tal cenário compromete o avanço em áreas críticas – do combate ao câncer à modelagem climática – e dificulta reproduções independentes de descobertas.
Resultados e Metodologia
A Frontiers propôs, pela primeira vez, um serviço abrangente que integra curadoria, checagem de conformidade, formatação compatível com IA, revisão por pares, portal interativo, certificação e hospedagem permanente em um fluxo contínuo. O sistema amplia os Princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable and Reusable) com uma arquitetura aberta e auditável, permitindo que humanos e máquinas reutilizem dados de forma ética e eficiente.
Segundo a cofundadora e CEO da Frontiers, Dr. Kamila Markram:
“Com o Frontiers FAIR² Data Management, nenhum conjunto de dados e nenhuma descoberta precisam se perder novamente — toda contribuição pode agora impulsionar o progresso, receber o crédito que merece e soltar as amarras da ciência.”
(“With Frontiers FAIR² Data Management, no dataset and no discovery need ever be lost again — every contribution can now fuel progress, earn the credit it deserves, and unleash science.”)— Kamila Markram, cofundadora e CEO, Frontiers
O AI Data Steward, desenvolvido pela Senscience, automatiza tarefas antes realizadas manualmente, como organização, verificação e geração de metadados, entregando em minutos pacotes de dados certificados, artigos publicáveis, portais interativos e certificados FAIR². Dentre os projetos-piloto, destacam-se conjuntos sobre propriedades de variantes de SARS-CoV-2, imagens pré-clínicas de lesão cerebral, indicadores de pressão ambiental em 43 países e biodiversidade em atóis Indo-Pacíficos. Todos seguem a especificação aberta FAIR², tornando-se confiáveis para uso multiplataforma.
Implicações e Próximos Passos
Especialistas apontam que a adoção do FAIR² Data Management pode acelerar descobertas em saúde, sustentabilidade e novas tecnologias, além de conferir reconhecimento aos pesquisadores pelo trabalho de geração e curadoria de dados.
O CEO da Senscience, Dr. Sean Hill, enfatiza:
“Com o Frontiers FAIR², todo conjunto de dados é citado, todo cientista reconhecido — finalmente recompensando o trabalho essencial de criação de dados. É assim que curas e soluções climáticas chegarão mais rápido à sociedade.”
(“With Frontiers FAIR², every dataset is cited, every scientist recognized — finally rewarding the essential work of data creation. That’s how cures, climate solutions, and new technologies will reach society faster — this is how we unleash science.”)— Sean Hill, cofundador e CEO, Senscience
Pesquisadores que testaram os pilotos destacaram a confiança gerada pela checagem de qualidade e a facilidade de uso para especialistas e não especialistas. A plataforma também favorece colaboração multidisciplinar e torna as informações mais acessíveis para políticas públicas e inovação.
Os próximos meses deverão testemunhar a expansão do FAIR² para novas áreas do conhecimento e o aumento do reuso responsável de dados, o que pode redefinir padrões em ciência aberta e auxiliar na resolução de desafios globais.
Fonte: (ScienceDaily – Ciência)
