
Nova York — InkDesign News — Quinze filhotes do coelho-de-algodão-da-Nova-Inglaterra (Sylvilagus transitionalis), únicos nativos dessa região, foram liberados em áreas florestais do Maine e Massachusetts no verão de 2024, numa iniciativa de conservação liderada pelo Zoológico de Queens. A ação integra um programa para reverter o declínio populacional desta espécie, considerado vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
O Contexto da Pesquisa
O coelho-de-algodão-da-Nova-Inglaterra já ocupou um amplo território no Nordeste dos Estados Unidos, mas desde a década de 1960 sua distribuição diminuiu cerca de 80%, principalmente pela perda de habitat e competição com o não nativo coelho-de-algodão-oriental (Sylvilagus floridanus). Segundo relatório da IUCN, a espécie enfrenta elevada pressão de extinção natural. Esforços de reprodução em cativeiro vêm sendo intensificados desde 2016, em cooperação com agências de vida selvagem e parques nacionais da região.
Resultados e Metodologia
Todos os 15 filhotes, chamados “kits”, nasceram no Zoológico de Queens entre maio e julho de 2024. Antes da soltura, receberam microchips e tratamento contra parasitas. Seis foram libertados no Parque Fort Foster, em Kittery-Maine; quatro, no Refúgio Nacional da Vida Selvagem Rachel Carson, também em Maine; e cinco na Ilha Thacher, próximo a Rockport, Massachusetts. O processo de reprodução utilizou áreas isoladas do público no zoológico, permitindo seleção natural dos parceiros e comportamento típico de acasalamento e nidificação. Para aumentar as chances de sobrevivência pós-libertação, houve mínima interação entre humanos e os animais.
“Nossa iniciativa de criar esses coelhos para garantir que não entrem em extinção demonstra o valor dos zoológicos para a conservação da vida selvagem, especialmente para espécies à beira do desaparecimento.”
(“Our effort to breed these rabbits to help ensure they don’t go extinct show the great value of zoos to the conservation of wildlife, especially for species facing extinction.”)— Nicole Schepis, tratadora do Zoológico de Queens
Segundo o zoológico, desde 2016 já foram integrados 145 coelhos a esse programa. Os pais dos filhotes foram selecionados em ambientes especialmente projetados para o conforto e comportamento natural dos animais.
“Essa liberação marca um passo importante na recuperação contínua do coelho-de-algodão-da-Nova-Inglaterra. Ao trabalharmos em conjunto com nossos parceiros, estamos ajudando a garantir o futuro desse coelho nativo.”
(“This release marks another important step in the ongoing recovery of the New England cottontail. By working together with our partners, we are helping to ensure that this native rabbit has a future.”)— Donna-Mae Butcher, assistente de curadoria de animais, Zoológico de Queens
Implicações e Próximos Passos
Os esforços de reintrodução da espécie já contemplaram estados vizinhos, como New Hampshire e Rhode Island. A meta das equipes envolvidas é consolidar populações reprodutivas autossustentáveis em áreas de ocorrência histórica, minimizando a intervenção humana e maximizando o potencial de adaptação das novas gerações. Novas reproduções em cativeiro estão previstas para os próximos anos, ampliando a base genética e o alcance do projeto de salvaguarda dessa espécie-chave dos ecossistemas do nordeste dos EUA.
A continuidade e o aperfeiçoamento dessas iniciativas podem determinar o futuro do coelho-de-algodão-da-Nova-Inglaterra, servindo de modelo para a conservação de outras espécies ameaçadas por alterações ambientais e competição biológica.
Fonte: (Popular Science – Ciência)