3I/ATLAS revela objetos interestelares que iniciam formação planetária

São Paulo — InkDesign News — A recente pesquisa liderada pela astrônoma Susanne Pfalzner, do Forschungszentrum Jülich, revela que objetos interestelares, como 1I/’Oumuamua, 2I/Borisov e 3I/ATLAS, podem ser fundamentais no início da formação de planetas, especialmente ao redor de estrelas de alta massa.
Contexto da descoberta
Desde 2017, três objetos interestelares foram observados passando pelo Sistema Solar, destacando a presença desses corpos que podem influenciar diretamente a formação planetária. A pesquisa aponta para a ideia de que esses objetos podem servir como “sementes” para a formação de novos planetas, o que abre novas possibilidades para o entendimento da evolução de sistemas planetários.
Métodos e resultados
De acordo com os modelos desenvolvidos pela equipe de Pfalzner, é possível que as densas nuvens de poeira em discos protoplanetários ao redor de estrelas jovens capturem milhões de objetos como 1I/’Oumuamua, que possui cerca de 100 metros de comprimento. Isso ocorre devido à influência gravitacional dessas estrelas, que são mais eficientes em capturar os referidos corpos. “O espaço interestelar entregaria sementes prontas para a formação da próxima geração de planetas”, afirmou a pesquisadora.
“Objetos interestelares podem ser capazes de dar um impulso à formação de planetas, especialmente em torno de estrelas mais massivas.”
(“However, interstellar objects may be able to jump start planet formation, in particular around higher-mass stars.”)— Susanne Pfalzner, Astrônoma, Forschungszentrum Jülich
Esses descobrimentos também oferecem uma solução para o enigma da escassez de grandes planetas gasosos em estrelas de baixa massa, o que torna a formação planetária mais desafiadora dentro das breves vidas dos discos protoplanetários. Com a presença de objetos interestelares, a formação destes planetas gigantes poderia ocorrer mais rapidamente, dentro do período de vida do disco planetário.
Implicações e próximos passos
Se os corpos interestelares puderem atuar efetivamente como sementes para planetas, isso não somente reconfigura nossa compreensão sobre a formação de sistemas planetários, mas também sugere que a formação de gigantes gasosos, como Júpiter, pode ser mais comum do que se pensava. “A formação rápida desses planetas é exatamente o que temos observado”, concluiu Pfalzner.
Essas conclusões, apresentadas no encontro EPSC-DPS 2025 em Helsinque, em setembro de 2025, podem direcionar futuras pesquisas na área de física planetária, especialmente no que diz respeito à captura de objetos interestelares por estrelas de diversas massas e suas implicações na formação planetária.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)