Governo da PRC utiliza phishing para roubar tecnologia cibernética

São Paulo — InkDesign News — Organizações ocidentais podem ter apoiado, inconscientemente, hackers chineses por anos, colaborando e vendendo tecnologia a uma instituição de pesquisa opaca ligada à segurança do estado.
Vetor de ataque
De acordo com um relatório recente da Recorded Future, o uso de técnicas de esteganografia – a prática de ocultar malware em mídias completamente diferentes, como imagens ou arquivos de áudio – por ameaças persistentes avançadas (APTs) chinesas é notável. Essa metodologia permite que os hackers entreguem malware de forma mais covertida, explorando vulnerabilidades em sistemas que não estão preparados para detectar esse tipo de ataque.
Impacto e resposta
A pesquisa mostrou que o APT40 e outros grupos vinculados ao Ministério da Segurança do Estado (MSS) têm utilizado a esteganografia para transmitir segredos comerciais e esconder malware. As interações entre os APTs e instituições como o Beijing Institute of Electronics Technology and Application (BIETA) sugerem um possível fluxo de insights técnicos que pode ser explorado pelos hackers. O analista de inteligência de ameaças Devin Thorne afirma:
“A existência do BIETA e de outras organizações frontais do MSS destaca o uso de canais aparentemente não relacionados à inteligência para engajar com negócios estrangeiros”
(“the existence of BIETA and other Ministry of State Security (MSS) domestic front organizations highlights the intelligence service’s use of ostensibly non-intelligence channels to engage with foreign businesses”)— Devin Thorne, Analista Principal de Inteligência de Ameaças, Recorded Future
.
Análise e recomendações
As operações do BEITA são complicadas, pois apresentam-se como uma entidade independente. A falta de associação explícita com o governo chinês permite que seus pesquisadores colaborem com instituições ocidentais como a Deakin University, potencialmente sem que estes últimos percebam que estão, de forma indireta, auxiliando uma regime autoritário. Além disso, seus estudos em esteganografia refletem-se nos táticos usados por APTs associados ao MSS. É fundamental que empresas ocidentais realizem uma devida diligência para entender os riscos envolvidos em engajamentos tecnológicos com parceiros que possam ter vínculos estatais.
Espera-se que as investigações sobre essas organizações e suas práticas continuem a se intensificar, influenciando a estratégia das empresas ao abarcar tecnologias sensíveis. As interações com o BIETA e outras organizações moleculares demonstram a necessidade de fortalecer as políticas de controle de tecnologia e transferências internacionais.
Fonte: (Dark Reading – Segurança Cibernética)