Arqueólogos anunciam descoberta de templo de 2.700 anos na Turquia

Denizli — InkDesign News — Arqueólogos anunciaram a descoberta de um templo de 2.700 anos associado à adoração de uma deusa-mãe, próximo à atual cidade de Denizli, na Turquia. O achado, atribuído à civilização frígia, remonta a um período entre 800 e 600 a.C., representando um marco na compreensão dos rituais religiosos antigos da Anatólia.
O Contexto da Pesquisa
A região da Anatólia, berço de diversas culturas ancestrais, vem sendo estudada por revelar vestígios de sociedades como os frígios, conhecidos por seu domínio entre 1200 e 650 a.C. Destacando-se por práticas cultuais dedicadas a divindades femininas, especialmente a deusa “Materan”, também chamada de “Matar” ou “Cibele”, os frígios deixaram uma marca considerável não apenas arqueológica, mas também cultural, influenciando gregos e romanos em seus próprios cultos à maternidade, fertilidade e à natureza.
Resultados e Metodologia
A equipe liderada pela professora Bilge Yılmaz Kolancı, da Universidade Pamukkale, identificou no sítio vestígios como um monumento rupestre frígio, uma caverna sagrada e ídolos duplos esculpidos diretamente na rocha entre duas estruturas. Também foram encontrados vários recipientes de libação e canais de drenagem, elementos recorrentes em rituais de oferendas das sociedades antigas.
“O local sagrado inclui um monumento rupestre frígio, uma caverna sagrada e ídolos duplos em rocha entre [duas] estruturas”
(“The sacred site includes a Phrygian rock monument, a sacred cave, and twin rock idols between [two] structures”)— Bilge Yılmaz Kolancı, Professora de Arqueologia, Universidade Pamukkale
A professora Kolancı confirmou que o sítio remonta a 2.800 a 2.600 anos e pode estar ligado ao culto da deusa-mãe. Ainda segundo ela, as imagens dos ídolos indicam características típicas dos santuários frígios. A análise detalhada dos artefatos e das camadas do sítio, porém, encontra-se em andamento, e a equipe ressalta que não pode divulgar informações adicionais até a conclusão dos estudos preliminares.
A comparação com outros santuários semelhantes é reforçada por especialistas internacionais:
“O santuário parece consistente com outros exemplos frígios que conhecemos”
(“From the pictures, the site does seem to be consistent with other Phrygian sanctuaries that we know about”)— Lynn Roller, Professora Emérita de Arte Mediterrânica Antiga, Universidade da Califórnia, Davis
Implicações e Próximos Passos
A descoberta sugere que práticas religiosas centradas em cavernas e monumentos de pedra eram comuns na civilização frígia, estendendo-se também para áreas próximas, como Hierápolis (Pamukkale). Contudo, permanece a cautela quanto à associação direta com um culto à fertilidade, haja vista a carência de registros detalhados sobre as cerimônias da deusa frígia Matar.
“A atribuição a um culto de fertilidade e colheita me parece especulativa – realmente não temos informações seguras sobre os rituais celebrados para a deusa frígia Matar – Mãe – nem o que a divindade significava para seus devotos”
(“The attribution to a fertility and harvest cult strikes me as rather speculative — we really don’t have any good information on what rites were celebrated for the Phrygian goddess Matar — Mother — nor exactly what the deity meant to her worshippers.”)— Lynn Roller, Professora Emérita, Universidade da Califórnia, Davis
A equipe de pesquisa prevê a publicação dos achados em trabalhos futuros, ampliando a discussão sobre os modos de adoração antigos e a importância das divindades femininas no Oriente Próximo.
O prosseguimento das escavações e futuras análises laboratoriais dos artefatos prometem lançar luz sobre práticas religiosas perdidas no tempo, consolidando Denizli como ponto estratégico para novas investigações sobre o papel das mulheres — e das deusas-mães — nas civilizações da Antiguidade.
Fonte: (Live Science – Ciência)