
Monte Wilson, Califórnia — InkDesign News — Na noite de 5 para 6 de outubro de 1923, o astrônomo Edwin Hubble, utilizando o telescópio Hooker de 100 polegadas no Observatório de Monte Wilson, revolucionou a compreensão do universo ao identificar uma estrela variável em Andrômeda, abrindo caminho para cálculos inéditos sobre a vastidão do cosmos.
O Contexto da Pesquisa
Até início do século XX, o entendimento sobre a extensão do universo era tema de intenso debate entre astrônomos. Harlow Shapley defendia que a Via Láctea era o universo por inteiro, enquanto Heber Curtis argumentava pela existência de “universos-ilha” distintos. A visualização da galáxia de Andrômeda (Messier 31) ao olho nu sempre alimentou especulações: seria ela uma constelação, uma nebulosa ou, de fato, outra galáxia?
Pesquisas anteriores, como o catálogo de estrelas cefeidas da astrônoma Henrietta Swan Leavitt, já haviam estabelecido a relação entre luminosidade e período dessas estrelas, oferecendo um método para calcular distâncias cósmicas. Leavitt observou que “quanto mais brilhante a cefeida, mais lentamente ela pulsava” (“the brighter a cepheid, the slower it flickered”), estabelecendo um padrão utilizado por Hubble em seu estudo de Andrômeda.
Resultados e Metodologia
A partir de uma série de placas fotográficas tiradas com o telescópio de Monte Wilson, Hubble inicialmente acreditou estar diante de uma nova — uma estrela em explosão. Após analisar a variação da luz emitida ao longo da noite, percebeu que se tratava de uma cefeida variável, identificando-a como M31-V1.
“Hubble foi capaz de calcular que Andrômeda estava a 900.000 anos-luz de distância.”
(“Hubble calculated that Andromeda was a vast 900,000 light-years away.”)— Fonte: Live Science, Ciência
A descoberta corroborou o argumento de Curtis de que Andrômeda era uma galáxia separada e não apenas uma nuvem dentro da Via Láctea. Ao combinar os dados de distância obtidos por Leavitt com informações sobre o redshift de outras galáxias — fenômeno pelo qual a luz é alongada devido ao afastamento dos corpos celestes —, Hubble confirmou ainda a expansão do universo.
“Hubble confirmou a expansão do universo com cálculos precisos.”
(“Hubble confirmed it with precise calculations.”)— Fonte: Live Science, Ciência
Implicações e Próximos Passos
A constatação de que a galáxia vizinha estava muito além dos limites da Via Láctea redefiniu o entendimento do cosmos, influenciando gerações de pesquisas astronômicas. Essa metodologia permitiu calcular o chamado “constante de Hubble”, parâmetro fundamental para a cosmologia atual. Novas evidências acumuladas ao longo do século XX e XXI apontaram, inclusive, para a aceleração da expansão do universo — fenômeno atribuído à energia escura.
Contudo, medições recentes mostram discrepâncias nos valores do ritmo de expansão, sugerindo a necessidade de revisões teóricas ou mesmo de novas descobertas em física fundamental. O uso de telescópios como o James Webb promete ampliar ainda mais a fronteira desse conhecimento.
No cenário atual, estudos dedicam-se a aprimorar a precisão das medições cósmicas e a investigar as causas das divergências observacionais, podendo inaugurar novos paradigmas para a ciência do universo.
Fonte: (Live Science – Ciência)