
Mt. Lemmon SkyCenter, Arizona — InkDesign News — Pesquisadores do observatório Mt. Lemmon SkyCenter, no Arizona, anunciaram a descoberta do cometa C/2025 A6 (Lemmon), cuja aproximação máxima da Terra ocorre em 21 de outubro deste ano. O fenômeno poderá ser observado com instrumentos amadores e, em cenários otimistas, a olho nu, somando-se a uma lista restrita de cometas que exibem brilho esverdeado.
O Contexto da Pesquisa
O cometa Lemmon foi identificado em 3 de janeiro por cientistas nas Montanhas Santa Catalina. Com sua trajetória incomum, classifica-se como não periódico — seus intervalos orbitais superam mil anos. Originalmente localizado na Nuvem de Oort, limite extremo do sistema solar, o Lemmon chama atenção em meio ao crescente interesse científico por corpos celestes vindos dessas regiões distantes, como 3I/ATLAS, de origem interestelar. O monitoramento contínuo destes objetos permite avanços no entendimento das origens e dinâmicas do nosso sistema planetário.
Resultados e Metodologia
O Lemmon aproxima-se da Terra a impressionantes 209.000 km/h e atingirá a menor distância — 90 milhões de quilômetros — em 21 de outubro, mantendo-se mais afastado que a órbita da lua. Observações indicam que seu brilho deve atingir magnitude aparente 5, considerado tênue para observação sem equipamento. No entanto, há previsões mais otimistas:
“This comet is developing very nicely and it is already an impressive object, well-placed for observation in the morning sky.”
(“Este cometa está se desenvolvendo muito bem e já é um objeto impressionante, bem posicionado para observação no céu matinal.”)— Nick James, Diretor da Seção de Cometas da British Astronomical Association
É a composição de gases, especialmente dicarbono, que confere ao Lemmon o notável tom esverdeado, conforme observado em imagens recentes. Fenômenos similares foram vistos em cometas como C/2022 E3, registrado em 2023. O cometa também exibe uma extensa cauda, formada por gelo, poeira e gases, que mostrou perturbações ao interagir com rajadas de vento solar.
Implicações e Próximos Passos
Além da oportunidade visual, Lemmon pode ter sua trajetória radicalmente alterada após o sobrevoo próximo ao Sol em 8 de novembro, quando atingirá seu periélio. De acordo com especialistas, a força gravitacional de Júpiter já interferiu em seu percurso, possivelmente reduzindo seu período orbital em até 200 anos.
“Researchers think Lemmon’s upcoming solar flyby could drastically alter its future trajectory around the sun.”
(“Pesquisadores acreditam que a próxima passagem de Lemmon pelo Sol pode alterar drasticamente sua trajetória futura ao redor da estrela.”)— Space.com
Durante outubro, Lemmon estará visível principalmente no hemisfério norte, localizado entre Júpiter e as estrelas da constelação da Ursa Maior, especialmente antes do amanhecer. Bases de dados como The Sky Live detalham as melhores oportunidades para observação. O evento destaca, ainda, o potencial de captação simultânea de outros cometas ativos, como SWAN R2 e 3I/ATLAS.
O trânsito de Lemmon reforça a importância do acompanhamento contínuo de cometas vindos das fronteiras do sistema solar, tanto para a astrofísica quanto para o monitoramento de possíveis alterações de rota provocadas por interações gravitacionais planetárias. Pesquisadores aguardam para avaliar, nos próximos meses, possíveis mudanças de brilho e rota, abrindo novas perspectivas sobre a vida útil e dinâmica desses corpos celestes.
Fonte: (Live Science – Ciência)