
Washington, EUA — InkDesign News — Em um movimento que reforça tensões geopolíticas em torno de tecnologia e vigilância, agências de inteligência dos Estados Unidos receberam ordens para intensificar a espionagem sobre a Groenlândia e a Dinamarca, aliados estratégicos, em meio ao interesse do ex-presidente Donald Trump em adquirir o território autônomo.
Contexto e lançamento
A Groenlândia, um território autônomo pertencente à Dinamarca, com aproximadamente 56 mil habitantes, tornou-se foco de atenção durante a presidência de Donald Trump, que em 2019 manifestou interesse em negociar sua aquisição. Tal movimento causou mal-estar diplomático, com a então primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen recusando discutir o assunto, o que levou Trump a cancelar uma reunião bilateral. A ideia ressurgiu no contexto da eleição presidencial de 2024, quando aliados do ex-presidente, como JD Vance, enfatizaram críticas ao papel da Dinamarca na proteção da ilha. Agora, sob a direção de Tulsi Gabbard à frente da Inteligência Nacional dos EUA, há um reforço das operações de espionagem para coletar informações por meio de satélites, escutas e agentes locais.
Design e especificações
O esforço é descrito como uma “collection emphasis message” — uma orientação para os chefes das agências de inteligência usarem todos os recursos disponíveis, incluindo vigilância por satélites, interceptação telefônica e infiltração de espiões. O objetivo é identificar residentes que possam simpatizar com a visão expansionista de Trump, canalizando apoio interno para futuras estratégias diplomáticas ou mesmo propagandísticas. Detalhes técnicos, bem como o conteúdo preciso dessa ordem, permanecem classificados. Contudo, estratégias históricas indicam que esse tipo de operação envolve uso extensivo de tecnologia de imagem por satélite e inteligência humana (HUMINT), aliados a campanhas de desinformação e amplificação de mensagens favoráveis aos objetivos políticos dos EUA.
Repercussão e aplicações
A repercussão do aumento da espionagem tem sido controversa, levantando debates sobre ética, soberania e segurança internacional. Tulsi Gabbard criticou a divulgação da operação, acusando veículos de mídia de colaborarem com agentes do chamado “deep state” para prejudicar a presidência de Trump.
“O Wall Street Journal deveria se envergonhar de ajudar atores do estado profundo que procuram minar o Presidente ao politizar e vazar informações classificadas.”
(“The Wall Street Journal should be ashamed of aiding deep state actors who seek to undermine the President by politicizing and leaking classified information.”)— Tulsi Gabbard, Diretora de Inteligência Nacional dos EUA
Mesmo com a resistência dos groenlandeses — 85% são contrários à anexação segundo pesquisa recente — Trump reiterou publicamente que não descarta o uso da força para obter o controle da ilha.
“Nós precisamos muito da Groenlândia para segurança internacional. São poucas pessoas, que vamos cuidar e valorizar, mas precisamos dessa ilha.”
(“We need Greenland very badly. Greenland is a very small amount of people, which we’ll take care of, and we’ll cherish them, and all of that. But we need that for international security.”)— Donald J. Trump, ex-presidente dos EUA
Este movimento insere-se em um contexto global de vigilância reforçada, uso estratégico da tecnologia de espionagem e propagação de narrativas políticas via meios digitais e tradicionais, alinhando-se a tendências que combinam tecnologia e geopolítica na era digital.
O futuro da Groenlândia permanece incerto, com a possibilidade de novas ações diplomáticas, tecnológicas e até militares sendo objeto de análise e atenção internacional, sobretudo no âmbito da segurança global e das relações EUA-Europa.
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Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)