
Brasília — InkDesign News — Em 2024, o Brasil registrou 10.227.226 matrículas no ensino superior, uma taxa de crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior, destacando-se a significativa adesão à educação a distância.
Contexto educacional
Nos últimos dez anos, o Brasil experimentou um aumento de 30,5% nas matrículas no ensino superior. O relatório do Censo da Educação Superior 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revela que 5,01 milhões de estudantes ingressaram no ensino superior no ano passado. O crescimento notável da modalidade de educação a distância (EaD) se destaca, já que representa 50,7% do total de matrículas, com um aumento de 5,6% entre 2023 e 2024. Essa modalidade se tornou um importante meio de acesso à educação superior, especialmente para aqueles que trabalham durante o dia.
Políticas e iniciativas
Manuel Palacios, presidente do Inep, salienta a importância da regulamentação que estrutura os cursos superiores em formatos presenciais, semipresenciais e a distância. Essa abordagem visa descentralizar a educação no país, permitindo a criação de polos com mais recursos e infraestrutura. “A educação a distância proporcionou a ampliação da oferta e atendeu estudantes que, de outra forma, não teriam acesso à educação superior”, afirma Palacios.
A educação a distância proporcionou a ampliação da oferta e atendeu estudantes que, de outra forma, não teriam acesso à educação superior.
(“Distance education has provided an expansion of offerings and served students who otherwise would not have access to higher education.”)— Manuel Palacios, Presidente do Inep
Desafios e perspectivas
Apesar do crescimento significante, o setor enfrenta desafios consideráveis, como a desigualdade de acesso entre redes de ensino. Dados apontam que 64% dos concluintes do ensino médio na rede federal avançaram para a educação superior, enquanto na rede estadual, essa taxa foi de apenas 27%. Ademais, a infraestrutura necessária para suportar as crescentes demandas da EaD ainda carece de melhorias substanciais. A necessidade de ampliar e diversificar a oferta de cursos tecnológicos, cujas matrículas cresceram 99,5% na última década, é um dos caminhos que podem ser explorados.
O avanço contínuo dos cursos de graduação e o aumento da inclusão de estudantes estrangeiros, especialmente do continente africano, também indicam uma movimentação positiva no setor. Em 2024, 21,6% dos alunos estrangeiros matriculados no Brasil eram do continente africano, destacando-se os angolanos e venezuelanos. Essa diversidade pode contribuir para um ambiente acadêmico mais rico e interdisciplinar.
O impacto esperado é uma formação profissional cada vez mais alinhada às demandas do mercado, além de um aumento no número de graduados aptos a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país. Os próximos passos incluem a necessidade de melhorar a infraestrutura e garantir que a educação superior continue a ser acessível e relevante para todos os cidadãos.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)