Pesquisa aponta que luz UV reduz alérgenos em ambientes internos
Boulder, Universidade do Colorado — InkDesign News — Um estudo recente liderado por pesquisadores da Universidade do Colorado Boulder revelou que luz ultravioleta (UV) de comprimento de onda específico pode inativar rapidamente alérgenos presentes no ar de ambientes internos. Em apenas 30 minutos de exposição, a concentração de proteínas alergênicas diminuiu substancialmente, oferecendo uma alternativa promissora para o controle ambiental de alergias.
O Contexto da Pesquisa
A permanência dos alérgenos no ambiente é um desafio recorrente nas residências e escolas, agravando alergias e asma mesmo após a remoção da fonte original dos alérgenos. Proteínas como Fel d1, presentes na saliva de gatos, permanecem em partículas de poeira e podem causar sintomas severos em indivíduos sensíveis. Segundo dados da Cleveland Clinic, o sistema imunológico reage a esses fragmentos por meio da produção de anticorpos IgE, desencadeando respostas alérgicas mesmo na ausência do animal ou da fonte primária.
Resultados e Metodologia
Na pesquisa conduzida no laboratório de aerobiologia da Universidade do Colorado Boulder, os cientistas introduziram alérgenos de ácaros, pelos de animais, mofo e pólen em uma câmara selada de 10 metros cúbicos. O ambiente foi então exposto a quatro lâmpadas de luz UV222 — uma forma considerada segura de UV com 222 nanômetros de comprimento de onda. Amostragens realizadas a cada 10 minutos mostraram que, após meia hora de exposição, a quantidade de alérgenos reconhecíveis pelo sistema imunológico foi reduzida em média de 20 a 25%.
“Descobrimos que podemos usar um tratamento passivo e geralmente seguro de luz ultravioleta para inativar rapidamente alérgenos transportados pelo ar.”
(“We have found that we can use a passive, generally safe ultraviolet light treatment to quickly inactivate airborne allergens.”)— Tess Eidem, Microbiologista, Universidade do Colorado Boulder
Os resultados sugerem que a luz UV222 altera a estrutura das proteínas alergênicas, de modo que deixam de ser reconhecidas pelo organismo:
“Se o seu sistema imunológico está acostumado a um cisne e você desfaz a proteína para que ela não pareça mais um cisne, não terá uma resposta alérgica.”
(“If your immune system is used to a swan and you unfold the protein so it no longer looks like a swan, you won’t mount an allergic response.”)— Tess Eidem, Microbiologista, Universidade do Colorado Boulder
Os pesquisadores alertam que, apesar da segurança maior em relação ao UV tradicional, o uso excessivo em ambientes fechados pode causar poluição por ozônio, exigindo ventilação adequada.
Implicações e Próximos Passos
A adoção de sistemas UV222 pode beneficiar ambientes como escolas, hospitais e lares, principalmente onde o controle manual de alérgenos é inviável a longo prazo. Dispositivos portáteis estão nos planos dos pesquisadores para ampliar a acessibilidade dessa tecnologia. Considerando que “um em cada três adultos e um em cada quatro crianças nos Estados Unidos possui algum tipo de alergia”, Eidem ressalta o potencial de impacto social da descoberta.
Além disso, a inovação pode ser crucial para profissionais expostos rotineiramente a alérgenos, como trabalhadores de laboratórios e criadores de animais. Novas pesquisas deverão explorar o uso prolongado da luz UV222 e sua incorporação em dispositivos domésticos de purificação do ar.
O estudo reforça a busca por soluções práticas e eficazes para a redução de exposições ambientais responsáveis por condições alérgicas, com impactos significativos na qualidade de vida de milhões de pessoas e na prevenção de crises de asma.
Fonte: (Popular Science – Ciência)
