Descoberta revela megaraptor de 2,000 libras devorando crocodilo

Patagônia, Argentina — InkDesign News — Paleontólogos anunciaram a descoberta de um novo dinossauro carnívoro na Patagônia central, identificando o Joaquinaraptor casali como predador do topo da cadeia alimentar no final do Período Cretáceo. O estudo, publicado em 23 de setembro na revista Nature Communications, detalha evidências do animal ao lado de um fóssil de crocodilo, potencialmente sua última refeição.
O Contexto da Pesquisa
Nos últimos anos, a busca por compreender a diversidade de dinossauros terópodes levou pesquisadores a regiões inexploradas da América do Sul, como o depósito fóssil Lago Colhué Huapi, próximo às nascentes do Río Chico. A família dos megaraptoranos, conhecida por predadores de grande porte, ainda apresentava lacunas taxonômicas importantes. “A árvore genealógica dos megaraptoranos permanece pouco compreendida devido à fragmentação dos fósseis existentes”, afirmou a equipe no estudo.
Resultados e Metodologia
O trabalho envolveu uma década de escavações e análises geológicas. Foram encontrados crânio, membros, costelas e vértebras em excelente estado de preservação. Microestrutura óssea evidenciou que o espécime era adulto, com cerca de 19 anos, mas possivelmente ainda em fase de crescimento. Estimativas indicam que o Joaquinaraptor casali atingia 7 metros de comprimento e mais de 1.000 kg.
Uma característica marcante foi a presença de um osso de crocodilo fossilizado junto à mandíbula do animal. Segundo o artigo:
“A preservação de um úmero de crocodiliforme entre as mandíbulas do novo terópode pode fornecer informações sobre preferências alimentares e estratégias de caça dos megaraptoranos.”
(“The preservation of a crocodyliform humerus between the dentaries of the new theropod may provide information on megaraptoran dietary preferences and feeding strategies.”)— Equipe do estudo, Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, UNPSJB
A análise sedimentar sugere que o animal habitava planícies de inundação quentes e úmidas, entre 70 e 66 milhões de anos atrás.
Implicações e Próximos Passos
A descrição detalhada do Joaquinaraptor casali preenche lacunas sobre a diversidade e o modo de vida dos megaraptoranos no final do Cretáceo, ressaltando o papel desses predadores nos ecossistemas da região. A equipe ressalta, contudo, as limitações sobre a confirmação de que o animal morreu durante a refeição:
“É improvável que possamos confirmar se o espécime morreu enquanto se alimentava. Entretanto, o porte e a anatomia do animal indicam que se tratava de um predador capaz de consumir grandes presas.”
(“It’s unlikely that paleontologists will ever confirm if their J. casali specimen died while munching on its final meal. That said, its size and anatomy clearly indicate it was a formidable theropod and could eat large prey.”)— Autores do estudo
Novos estudos, com foco em reconstruções filogenéticas e análise de material fóssil adicional, devem aprofundar o entendimento da evolução dos megaraptoranos e de suas funções ecológicas.
O achado abre precedentes para revisões no entendimento das interações predador-presa e na estrutura das cadeias alimentares do Cretáceo sul-americano, incentivando expedições futuras e novas tecnologias de análise óssea em paleontologia.
Fonte: (Popular Science – Ciência)