Descoberta revela dinossauro gigante com garra e presa de crocodilo
Patagônia, Argentina — InkDesign News — Uma equipe de paleontologistas desvendou uma nova espécie de dinossauro predador de aproximadamente sete metros de comprimento, o Joaquinraptor casali, cujos restos fossilizados foram encontrados na Formação Lago Colhué Huapi, na Patagônia, Argentina. O estudo, publicado em setembro na Nature Communications, revela o papel central deste megaraptor no topo da cadeia alimentar da região durante o final do período Cretáceo, entre 70 e 66 milhões de anos atrás.
O Contexto da Pesquisa
O achado provém do Instituto Patagônico de Geologia e Paleontologia do CONICET, em Chubut, e envolve colaboração internacional. Paleontólogos investigam os megaraptorídeos há décadas, dinossauros predadores pouco compreendidos que ocuparam a América do Sul, Ásia e Austrália, especialmente próximos ao fim da era dos dinossauros. A descoberta de Joaquinraptor casali visa preencher lacunas acerca da evolução e ecologia desses predadores, bem como entender quais espécies prevaleceram pouco antes do evento de extinção em massa.
Resultados e Metodologia
O fóssil apresenta elementos do crânio, costelas, vértebras e membros, além de uma impressionante garra no polegar, descrita como “como um aparador de cercas vivas”, diferenciando-se de outros grandes predadores do mesmo período. A escavação, iniciada em 2019, demorou três temporadas para a remoção completa dos ossos, revelando ainda um osso de perna de um parente pré-histórico dos crocodilos preso nos maxilares do Joaquinraptor. A análise de histologia dos ossos confirmou que o animal era adulto, já sexualmente maduro quando morreu, com cerca de 19 anos de idade, 23 pés de comprimento (aproximadamente sete metros) e mais de 1.000 kg.
“Joaquinraptor fornece uma compreensão mais clara de como esse enigmático grupo de dinossauros predadores viveu e evoluiu.”
(“Joaquinraptor provides a clearer understanding of how this enigmatic group of predatory dinosaurs lived and evolved.”)— Darla Zelenitsky, Paleontóloga, Universidade de Calgary
Especialistas estabeleceram que os megaraptorídeos permaneceram relativamente grandes até o fim do Cretáceo, ocupando nichos de predador de topo em áreas como a Patagônia — então uma planície úmida e quente próxima ao mar.
Implicações e Próximos Passos
A descoberta estabelece um novo marco para o entendimento da fauna pré-extinção na América do Sul, demonstrando que o Joaquinraptor casali coexistiu e competiu de forma distinta dos grandes predadores norte-americanos, como o Tyrannosaurus rex. Suas diferenças morfológicas indicam estratégias de caça contrastantes, baseadas na velocidade e precisão dos membros anteriores, em oposição à força bruta do T. rex.
“Joaquinraptor era esguio, veloz e possuía braços e garras desproporcionalmente grandes, como aparadores de cerca viva. Seus braços e mãos fazem o T. rex parecer pequeno em comparação, pelo menos na categoria de braços.”
(“Joaquinraptor was slender and svelte and fast, and it had ridiculously oversized arms and claws, like hedge trimmers. Its arms and hands make T. rex look puny by comparison, Arnold Schwarzenegger vs Danny DeVito, at least in the arms category.”)— Steve Brusatte, Paleontólogo, Universidade de Edimburgo
Pesquisadores projetam que novas análises do fóssil podem trazer mais informações sobre a dieta, comportamento de caça e evolução dos megaraptorídeos. Persiste o desafio de explorar outros sítios fossilíferos na região para buscar parentes próximos e compreender melhor as dinâmicas ecológicas do fim do Cretáceo.
O avanço científico proporcionado por descobertas como a do Joaquinraptor casali promete lançar luz sobre os processos evolutivos e a diversidade dos ecossistemas pré-históricos do hemisfério sul, influenciando estudos futuros em paleobiologia e evolução dos dinossauros.
Fonte: (Live Science – Ciência)
