NASA registra detalhes inéditos em rochas de Marte, diz pesquisa

Fredericton, Universidade de New Brunswick — InkDesign News — Em uma série de análises conduzidas em setembro de 2025, a missão Curiosity, da NASA, avançou no entendimento das enigmáticas formações de “boxwork” em Monte Sharp, dentro da cratera Gale, Marte. Cientistas examinaram detalhadamente as diferenças entre cristas e depressões no solo marciano, promovendo debate sobre processos geoquímicos históricos no planeta vermelho.
O Contexto da Pesquisa
A região de boxwork em Marte representa um desafio para a geologia planetária. Identificada primeiramente por imagens orbitais, foi sugerido que as cristas poderiam se formar por cimentação devido à ação de fluidos, seguida pela erosão seletiva das rochas menos resistentes. Este cenário oferece pistas valiosas para compreender a presença passada de água em Marte e as condições químicas do ambiente.
“Quando este terreno foi primeiramente identificado por observações orbitais, levantou-se a hipótese de que as cristas resultam de cementação causada por fluidos circulantes, com posterior erosão diferencial do leito rochoso menos resistente entre elas (as depressões que agora observamos).”
(“When this terrain was first identified from orbit it was hypothesized that the ridges may be the result of cementation by circulating fluids, followed by differential erosion of the less resistant bedrock in between (the hollows that we now observe).”)— Lucy Thompson, Cientista Planetária e Membro da Equipe APXS, Universidade de New Brunswick
As investigações anteriores já apontavam para a necessidade de documentar a transição entre rocha lisa e rocha nodular, bem como verificar diferenças composicionais entre as estruturas.
Resultados e Metodologia
Nos três dias de planejamento analisados, o robô Curiosity focou-se na caracterização detalhada dos materiais presentes tanto nas cristas quanto nas depressões. Instrumentos como MAHLI, Mastcam, ChemCam RMI e APXS foram empregados para obter imagens de alta resolução, análises texturais e químicas.
“Como responsável pelo planejamento estratégico do APXS esta semana, auxiliei na seleção dos alvos rochosos para análise pelo nosso instrumento, garantindo sua segurança e relevância científica para a campanha do boxwork.”
(“As the APXS strategic planner this week, I helped to select the rock targets for analysis by our instrument, ensuring they were safe to touch and that they met the science intent of the boxwork campaign.”)— Lucy Thompson, Cientista Planetária, Universidade de New Brunswick
Após coletar dados nos leitos mais lisos das cristas, o rover deslocou-se para áreas mais nodulares, repetindo os procedimentos. Imagens da Mastcam e ChemCam também capturaram regiões mais distantes, abrangendo outras cristas, depressões, o “yardang unit” e a borda da cratera Gale. Paralelamente, atividades ambientais de monitoramento de poeira, redemoinhos e nuvens foram realizadas, junto aos procedimentos padrão dos instrumentos REMS, RAD e DAN.
Implicações e Próximos Passos
Os resultados das análises químicas com o APXS contribuem para refinar a escolha do próximo local de perfuração, crucial para desvendar a evolução minerológica e os processos hidrotérmicos históricos de Marte. A busca por diferenças de composição entre cristas e depressões pode indicar antigos ciclos de água e oferecer subsídios para futuras missões de astrobiologia.
Especialistas projetam que as investigações em boxwork ajudarão a diferenciar entre diversos mecanismos geoquímicos e ambientais que atuaram no passado marciano. A campanha atual deverá embasar decisões para amostragens mais profundas, aumentando o detalhamento sobre a história e habitabilidade do planeta.
A continuidade da pesquisa depende do sucesso nas perfurações planejadas e dos dados obtidos em futuras campanhas da Curiosity e de novos exploradores. As descobertas prometem expandir a compreensão da geologia marciana, orientando o desenvolvimento de tecnologias e missões exploratórias futuras.
Fonte: (ScienceDaily – Ciência)