
Alexandria — InkDesign News — Uma equipe liderada pela arqueóloga Kathleen Martinez fez uma descoberta significativa em Taposiris Magna, próximo à costa do Mediterrâneo no Egito: centenas de moedas de bronze que retratam a última faraó do Egito, Cleópatra VII. A pesquisa, que também localizou restos de um porto submerso ao lado do templo, foi divulgada recentemente e integra o documentário “Cleopatra’s Final Secret”, lançado pelo canal National Geographic em 25 de setembro.
O Contexto da Pesquisa
O templo de Taposiris Magna, dedicado à deusa Ísis, tornou-se centro de investigações sobre a localização do túmulo perdido de Cleópatra VII. Martinez, que conduz escavações no local desde 2005, defende a hipótese de que a faraó teria sido enterrada ali devido à devoção de Cleópatra à deusa Ísis e à presença massiva de moedas com sua efígie. O local já era objeto de especulações arqueológicas por abrigar outros sepultamentos ilustres, incluindo múmias douradas do período ptolomaico.
Resultados e Metodologia
Durante as escavações, a equipe encontrou mais de 330 moedas em uma “trincheira sagrada” oculta junto ao muro do templo, além de mais de 200 moedas no pátio e outras 300 na entrada. As moedas foram interpretadas como oferendas à deusa Ísis. Além das moedas, foram descobertos bustos, restos de maquiagem feminina, um anel com inscrição grega e cerâmicas da época.
Os trabalhos revelaram também um porto antigo agora submerso, associado ao templo e ao uso na época de Cleópatra. Porém, outros especialistas permanecem céticos quanto à hipótese do túmulo real estar ali:
“Yes indeed, these are coins struck during the reign of Cleopatra, and bearing her portrait.”
(“Sim, de fato, estas são moedas cunhadas durante o reinado de Cleópatra, que trazem seu retrato.”)— Andrew Meadows, Professor de Clássicos, Universidade de Oxford
Meadows complementa:
“Was she buried there? We have absolutely no ancient literary or documentary evidence to suggest so. And I have seen no archaeological evidence yet to suggest that she was.”
(“Ela foi enterrada ali? Não temos absolutamente nenhuma evidência literária ou documental antiga que suggira isso. E ainda não vi evidência arqueológica que sugira também.”)— Andrew Meadows, Professor de Clássicos, Universidade de Oxford
Thomas Faucher, do Centro de Estudos Alexandrinos, também reforça a dúvida acadêmica sobre Taposiris Magna, enquanto outros enxergam a possibilidade de Cleópatra ter sido enterrada em Alexandria, em áreas atualmente submersas.
Implicações e Próximos Passos
A descoberta das moedas e artefatos renova o interesse internacional pela busca do túmulo de Cleópatra VII, tema há décadas envolto em mistério arqueológico. Caso confirmado, o achado pode redefinir estudos sobre os rituais pós-morte dos faraós e o sincretismo entre as culturas egípcia e helenística na era de Cleópatra. Entretanto, como pontuam os especialistas, evidências conclusivas ainda faltam, mantendo aberto o debate:
“It may well be that individual sanctuaries claimed to have the body of Cleopatra and may have set up a cult in their temple district for whatever reason.”
(“É possível que santuários individuais tenham reivindicado ter o corpo de Cleópatra e possam ter estabelecido um culto em seu templo por qualquer razão.”)— Sitta von Reden, Professora de História Antiga, Universidade de Freiburg
Enquanto a equipe de Martinez continua a busca — inclusive por estruturas possivelmente submersas associadas ao período —, estudiosos recomendam cautela até a apresentação de provas materiais inequívocas.
A persistência de pesquisas em Taposiris Magna e áreas vizinhas amplia horizontes para novas escavações e potencial descoberta do túmulo da última rainha egípcia, mantendo vivo o fascínio histórico e científico por Cleópatra VII.
Fonte: (Live Science – Ciência)