
Brasília — InkDesign News — Pesquisadores revelaram em 16 de setembro de 2025 um impressionante mapa tridimensional das regiões de formação estelar na Via Láctea, utilizando dados dos telescópios espaciais James Webb e Gaia. A pesquisa destaca onde estrelas massivas e jovens se formam em ambientes nebulosos a até 4 mil anos-luz da Terra.
O Contexto da Pesquisa
As regiões de nascimento estelar, como a Nebulosa da Lagosta, são objetos de estudo há décadas por astrônomos interessados no processo de evolução galáctica. Até recentemente, a observação dessas “berçários estelares” era limitada pela perspectiva terrestre e pela imprecisão de medições de distância, dificultando um panorama tridimensional da nossa galáxia. Agora, a missão do telescópio Gaia, operado pela Agência Espacial Europeia (ESA), e as imagens do James Webb Space Telescope (JWST) permitem visualizar essas regiões em três dimensões.
“Astrônomos já tinham uma boa ideia de como esses berçários pareciam vistos da Terra, mas como eram de outras direções era um ponto cego.”
(“Astronomers already had a good idea of what these nurseries looked like while peering at them from Earth, but how they looked from other directions was a blindspot.”)— ESA, Agência Espacial Europeia
Resultados e Metodologia
Os resultados incluem imagens inéditas de regiões como Pismis 24, núcleo da Nebulosa da Lagosta na constelação de Escorpião, uma das áreas mais próximas onde estrelas de grande massa se formam e rapidamente esgotam seu combustível. Segundo a ESA, as estruturas laranja e marrons presentes nessas imagens são pilares de gás e poeira que chegam a 5,4 anos-luz de altura — equivalente a cerca de 200 sistemas solares alinhados até a órbita de Netuno.
Os dados do Gaia, coletados até janeiro de 2024, forneceram posição, movimento e brilho para 44 milhões de estrelas “ordinárias” e 87 raras estrelas do tipo O — jovens, extremamente massivas e quentes, cuja radiação ultravioleta ioniza o hidrogênio ao redor, criando regiões HII.
“Como o gás é erodido e comprimido pela radiação das estrelas jovens, novas estrelas nascem dentro desses pilares.”
(“As the gas is eroded and compressed by young stars’ radiation, new stars are born within the spires.”)— Agência Espacial Europeia
O mapeamento tridimensional incluiu a Nebulosa de Gum, a Nebulosa da América do Norte e a Nebulosa da Califórnia. Um vídeo publicado pela ESA apresenta um passeio virtual por essas regiões.
Implicações e Próximos Passos
A possibilidade de analisar as maternidades estelares de diferentes perspectivas pode revolucionar modelos de evolução galáctica e formação de estrelas. Além do valor científico, essa infraestrutura de dados robusta permite explorar com precisão origens e movimentos de estrelas jovens, aprimorando previsões sobre populações futuras.
Segundo a ESA, a qualidade e profundidade dos dados agora disponíveis permitem avanços significativos não apenas na astrofísica, mas também em áreas como a modelagem computacional e a inteligência artificial voltada ao espaço.
Os próximos passos incluem a integração desses dados em bancos globais para análises comparativas e simulações astronômicas em grande escala.
A disponibilização de mapas tridimensionais tão detalhados deve impulsionar novas gerações de pesquisas e missões espaciais, aproximando a ciência de uma compreensão mais plena da evolução estelar e galáctica.
Fonte: (Live Science – Ciência)